"Porque temos de morrer e somos como águas derramadas na terra, que já não se podem juntar." (2 Sm 14:14)

Quanto devo pagar? (3)

Posted on 19:30 | By Matheus Emerich | In

Atenção! Esse texto faz parte de uma série de postagens, que irão esclarecer para você aquilo que talvez seja o engano mais difundido na humanidade: o pensamento que Deus quer que você seja uma boa pessoa, para você merecer ir para o céu. É como se a salvação dependesse daquilo que você faz de bom aqui nesta vida. Isso é mentira! É isso mesmo: Deus não espera que, inicialmente, você se esforce para ser uma boa pessoa.

Na postagem passada, vimos que, na verdade, aos olhos de Deus, nenhum homem pode se tornar uma boa pessoa. É um ser corrompido, que carrega um fardo de toneladas de pecados, e não há possibilidade de melhorar esse quadro mediante um esforço ou trabalho intensivo. Vimos que o homem, invariavelmente, não é um ser justo, e vimos isso com base bíblica suficiente. Mas, caso ainda reste dúvida ou desconfiança de tua parte, vamos continuar a nossa reflexão neste sentido.

Teimando contra o que já é certo

Certa vez, nos Estados Unidos, uma jovem foi assassinada na escola, segundo alguns, por ter “defendido a sua fé.” A história rapidamente se espalhou, e a moça foi considerada uma heroína de Deus, mártir da fé, ou algo assim. Então o cantor gospel Michael W. Smith, grande líder evangélico, a homenageou com uma canção, chamada “This Is Your Time”. Algum tempo antes de partir, a jovem havia dado uma entrevista, e o astro evangélico colocou um pequeno trecho dessa entrevista na abertura do clipe da música. Neste trecho, a adolescente dizia exatamente as seguintes palavras: “Acho que a maneira como vou chegar ao reino é sendo uma amiga leal, um bom exemplo para os não-crentes e para os cristãos também; tentando não me contradizer, me livrar de toda hipocrisia, e apenas viver por Cristo.” Estas são palavras muito belas, não é verdade? Mas o que dizer acerca da veracidade destas colocações?

Em outras palavras, a menina dizia o seguinte: “Acho que a maneira como vou chegar ao reino é me esforçando ao máximo para ser uma pessoa justa.” Tirando toda a conotação emotiva que envolve a tragédia com a moça, e mantendo um discernimento sóbrio, imparcial e bíblico, o que iremos concluir sobre a questão? Sem dúvida, se as palavras ditas por ela refletiam o que havia no seu coração, e se ela confiava mesmo nisso tudo para “chegar ao reino”, a bíblia nos dá total instrução para crermos que ela, infelizmente, não chegou lá – e nem preciso falar qual é a outra opção a não ser o céu, onde ela poderia estar agora. Mas o que houve de errado? Suas palavras pareciam tão sinceras! Não quero sentenciar nenhum julgamento, mas analisando tudo o que nós temos, podemos definir pelas palavras da própria jovem que ela cultivava uma confiança em si mesma (e no que ela poderia fazer), e não uma confiança em Cristo (e no que Ele fez por ela). Você entende essa drástica diferença? Se preciso for, releia as palavras da jovem e analise novamente a questão.

A moça queria ser justa para ir ao céu, e milhares de pessoas hoje querem seguir o mesmo caminho. Será que alguém realmente conseguiu ser justo diante de Deus para merecer ir para o céu? Ah, se os religiosos que apostam nisso apenas lessem a bíblia, o manual que Deus nos deixou para entendermos o Seu propósito! O livro sagrado é tão cheio de instruções a respeito disso, de maneira que todos que o abrem com sinceridade encontram as respostas verdadeiras! Ninguém que leu a bíblia com honestidade permaneceu enganado, pois ela foi nos dada justamente para nos retirar as nuvens escuras de cegueira espiritual. “À tua vista não há justo nenhum vivente” [1]. Esta é a resposta que achamos em várias partes da bíblia. Nem eu, nem você, nem a moça do clipe podemos ser justos diante dos olhos de Deus. Como Ele poderia ser mais claro do que isso? Até quando as pessoas, inclusive as religiosas, irão teimar em esforçar-se por boas obras, indo contra o que já está determinado? É como diz o versículo de Jó: “Seria, porventura, o mortal justo diante de Deus? Seria, acaso, o homem puro diante do seu Criador?” [2]

Espero que você esteja entendendo a questão. Eu sei que durante toda a vida a crença principal de todas as pessoas é que precisam fazer alguma coisa, ou deixar de fazer outras, para ir para o céu. Quantos confiam em sua justiça própria para serem salvos? Quantos esperam o céu por não matarem, não roubarem, não fumarem ou qualquer outra coisa que eles consideram justo? Você não percebe? Tudo isso é confiança na tua própria justiça, e não uma confiança em Deus! Quantos preferem discordar do que Deus já disse, ainda se esforçando para serem pessoas justas? “Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!” [3] Ai dos que teimam em ser justos, pois Cristo diz: “Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento” [4]. O caminho para achar favor diante da face de Deus não é se esforçando ao máximo para ser uma pessoa justa; antes, é reconhecer a própria miséria e confiar exclusivamente na justiça dEle.

O próprio Deus é quem nos advertiu sobre a impossibilidade de sermos justos, e da futilidade das nossas obras. “Eis que todos são nada; as suas obras são coisa nenhuma” [5]. O caminho das “boas obras” para ser salvo é um grande engano. A tentativa de “ser justo” para ser salvo é uma grande teimosia. Abandone as tuas obras para crer na obra de Cristo; abandone a tua justiça para crer na justiça do Grande Justo.


[1] Salmos 143:2 [2] Jó 4:17
[3] Isaías 5:21 [4] Mateus 9:13
[5] Isaías 41:29

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