"Porque temos de morrer e somos como águas derramadas na terra, que já não se podem juntar." (2 Sm 14:14)

Porquê uma cruz?

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Posted on 14:45 | By Matheus Emerich | In

Eu me lembro com clareza de muita coisa da minha infância. Outra dia eu estava lembrando quando, nas viagens que fazia para a casa da minha avó, já chegando na sua residência, passávamos por uma rua muito estreita e de casas muito pobres. Me lembro que, em muitas daquelas casas, havia grandes cruzes enfeitadas na parede – aquele pessoal era mesmo religioso. Mas o que eu me pergunto é o seguinte: será que aquelas pessoas sabiam mesmo o significado da cruz, para a venerarem tanto assim? E se tivessem sido ensinados de outra maneira, com outro tipo de dogma no lugar da cruz, será que teriam discernimento o bastante para mesmo assim acreditarem no valor dela? Provavelmente não. Se alguém não entende o significado da cruz, essa cruz não poderá valer nada para essa pessoa.

Talvez você seja como as pessoas ali daquela rua. A chance é boa de você usar um colar de crucifixo, ou de tê-lo pendurado no retrovisor do carro – isso é realmente comum! Ou talvez você não mantenha esses costumes, mas mesmo assim ainda tenha um considerável respeito pela cruz ou por Cristo; talvez não acreditando com todas as suas forças, mas também evitando blasfemar ou temendo agir de maneira errada em relação a estes assuntos. Conheço muita gente assim; não são salvos, não seguem a Cristo de verdade nem nada, mas ainda assim possuem um intenso respeito e temor pela bíblia e pela cruz. Vou te dizer uma coisa: o seu respeito não surte nenhum efeito realmente benéfico com relação a sua salvação. A maioria das pessoas reverencia a bíblia, mas a mesma maioria está perdida. Você respeita a cruz, isso é bom, mas não vale nada até que você entenda porquê ela foi necessária.

Pois bem. Cristo morreu na cruz em nosso lugar. Eu sei que falar em “cruz” te lembra isso. Mas essa sentença te parece um pouco sem lógica, não é verdade? O que tem a ver alguém morrer em seu lugar? Se era mesmo em seu lugar, não poderia ter sido uma coisa mais útil além de morrer? Cristo não poderia, talvez, ter sido uma boa pessoa no seu lugar, ou então ter praticado o amor em seu lugar? Porquê teve que ser uma morte? Às vezes sentimos que precisamos de forças e consolo para viver, e nesse sentido alguém poderia pensar: “Não preciso de alguém que morra por mim. Preciso de alguém que faça algo mais útil por mim, mais prático, mais valioso – o que vale uma morte?” Se você pensa nestes termos, ou ainda não sabe explicar porquê a morte de Cristo é muito mais valiosa do que qualquer ato que Ele poderia ter feito em vida, então você não sabe realmente o significado da cruz. E exatamente por isso você precisa de ajuda!

Existem uns versículos na bíblia que relacionam diretamente a morte e o pecado. Por exemplo, em um lugar temos: “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). Você sabe o que é um pecado? É justamente o que você fez hoje pela manhã, quando se impacientou com seu irmão mais velho ou mais novo. É exatamente o que você fez ontem, quando disse uma pequena mentira para alguém, mesmo que tenha sido uma mentira “para um propósito bom”. É precisamente o que você tem feito desde há muitos anos, quando olha pessoas do sexo oposto, já compromissadas, mas mesmo assim as cobiça para si. Pecado é a violação da Lei de Deus, registrada na bíblia, e é isso o que você pratica diariamente. Acorde para essa realidade: você está em pecado. Pense um pouco nisso, reflita, medite. É realmente muito grave. Pare um pouco para respirar; pense em Deus e na sua vida. Ele está aborrecido com você... irado e indignado, para ser mais exato! O salário do pecado é a morte. O salário não é um favor, é uma obrigação. É justo que o trabalhador receba por ele. É justo que você receba a morte pelos teus pecados. E, na bíblia, a morte não significa simplesmente o fim dos batimentos cardíacos, mas também significa o calor do inferno. Isso é morte, segundo a bíblia.

Bom, você merece isso, e eu também. Todo mundo que peca merece, e todos nós pecamos. Se você lê isso com atenção, você já deve estar entendendo onde eu quero chegar! Se você pudesse receber um presente muito bom, pensando nessa situação, o presente seria alguém morrer em seu lugar. Sim, agora você não pensa mais em outra hipótese. Se alguém pudesse descer ao inferno por você, carregar a ira flamejante de Deus nas costas por você, de modo que você não precisasse mais desta punição, seria algo realmente muito bom, não é? O preço está aí a ser pago por sua alma, e o preço é a morte. Se alguém pudesse pagá-lo por você, seria excelente.

Pois então: aí está o significado da cruz. Não adiantaria nada se Cristo viesse e tivesse sido uma boa pessoa por você, ou rezado muito em seu lugar, por exemplo. Este não era o preço a ser pago pelo pecado – o preço é a morte. Cristo foi perfeito em todos os seus passos, mas se não tivesse concluído a sua vida com uma grande e amarga cruz seca, nada teria sido pago realmente. Ele morreu, Ele pagou. Acabou, “está consumado”. É por isso que existiu a cruz: Ele precisava mesmo morrer! E você precisa mesmo crer nisso!

Salvação - Por John MacArthur

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Posted on 14:37 | By Matheus Emerich | In

Este é um vídeo de John MacArthur falando sobre o verdadeiro evangelho. Por favor, assista até o final!


Inimigo de Deus? Eu?

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Posted on 00:22 | By Matheus Emerich | In

Você é um inimigo de Deus? Essa pergunta não é usual; provavelmente ninguém nunca te perguntou isso e você até mesmo se surpreendeu com ela. Mais provável ainda é que sua reação tenha sido algo mais ou menos assim: “Como assim? Inimigo de Deus, eu? Claro que não! Tá certo, até assumo que sou pecador, admito que faço coisas erradas... mas ser inimigo de Deus é algo muito mais terrível, eu acho! Essa é uma expressão muito forte! Nem venha me dizer que eu sou isso!” Talvez você não se considere inimigo de Deus, mas... e se mesmo assim Ele te considerar? Se Ele ter você por adversário? Isso não seria grave?

Existe um versículo que já usei várias vezes aqui neste blog, e vou usá-lo agora de novo. Quando a bíblia fala das pessoas que ainda não creram, ela dá a seguinte descrição: pessoas que andam segundo o curso do mundo e segundo a vontade da carne [1]. Se você ainda não se arrependeu de seus pecados e se entregou ao Senhor Jesus Cristo, está descrição é sua. Quero repetir isso para ficar bem claro: olhe para você, analise a si mesmo. Eu não estou perguntando se você acredita em Deus ou em Jesus Cristo – o inferno está cheio de pessoas que acreditavam de verdade. A questão não é essa; a questão é se você já é um salvo ou não. Se você não tem certeza se é um salvo, a chance é muito grande de não o ser! Isso porque o coração do salvo passou por uma experiência profunda, notável e transformadora. Mas suponhamos que você não seja salvo e não conhece nada disso em sua experiência. Deus olha para você e diz: esta pessoa anda segundo o mundo e segundo a carne.

Perceba as tendências deste teu caminho: “mundo” e “carne”. Isso não é complicado de entender! Existe um versículo que diz: “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus” [2]. Opa! Se você anda segundo a carne, então a sua posição é realmente a de um inimigo de Deus! “Andar segundo a carne” significa simplesmente que você faz a sua própria vontade e segue os conselhos do teu coração – apenas isso. Você nunca diz “não” aos teus desejos e nunca considera a opinião de Deus sobre as coisas que você faz! Você tem paixões incontroláveis e se deixa ser levado por elas com o maior prazer do mundo. Isso é andar segundo a carne: é ser escravo de si mesmo, do pecado, do teu corpo e das tuas vontades. Isso é inimizade contra Deus – por favor, não ignore este aviso!

A outra característica do teu caminho sem Deus é andar “segundo o mundo”. Isso não é nada mais do que seguir a vida de acordo com as regras que este mundo estabelece. Você sabe que as regras de Deus são ridículas aos olhos deste mundo. Talvez o que você ainda não saiba é que as regras e comportamento deste mundo são igualmente ridículos, perversos e abomináveis para Deus. “Infiéis, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” [3] Veja que interessante! Todas as coisas que são inimizade para Deus são justamente o caminho das pessoas que não crêem!

Agora está mais fácil responder: você é um inimigo de Deus? Se você anda segundo as próprias vontades e segundo o curso do mundo, pode ter certeza que sim. Se você não consegue frear o teu pecado e vive como todas as outras pessoas, a resposta é positiva – e muito grave! Ser inimigo de Deus não é uma brincadeira. Este tema é algo real! Há como desmanchar essa inimizade? Há como deixar de provocar o zelo de Deus? “Cristo aboliu a lei dos mandamentos, fazendo a paz por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade” [4]. Ah! Como é preciosa a cruz de Cristo! Sua morte ali pode aproximar os inimigos de Deus e transformá-los em filhos. Que milagre! Que graça! Que amor! Sim, que paz, alegria e satisfação! O Senhor Jesus não morreu pelos que se acham bons; antes, deu a vida pelos homens que, humildes, reconhecem a sua iniquidade e se chegam a Deus quebrantados e arrependidos. Estes, de inimigos, são graciosamente transformados em servos amigos.

[1] Efésios 2:2,3
[2] Romanos 8:7
[3] Tiago 4:4
[4] Efésios 2:14,15

Quanto vale uma alma?

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Posted on 15:18 | By Matheus Emerich | In

Quanto custa a sua alma? Será que você conseguiria juntar uma determinada quantidade de bens, virtudes ou valores que, juntos, fossem equivalentes ao preço dela? Há algo que você possa oferecer a Deus para “comprar” a sua segurança, ou impedir que sua alma vá morar no inferno daqui a alguns anos? Quanto ela vale, digo, quanto você tem que juntar para comprar a salvação dela?

Veja essa interessante declaração achada no livro dos Salmos: “Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate, para que continue a viver perpetuamente e não veja a cova (pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre)” [1]. O trecho diz que não há preço que se possa pagar para resgatar a alma de alguém – diz-se que a quantia é “caríssima”. E o trecho diz mais: se alguém ainda teimasse, e tentasse pagar algo por uma alma, “cessaria a tentativa para sempre”, ou seja: mesmo que este esforço fosse infinito, tal pessoa atravessaria a eternidade tentando, tentando e tentando, sem nada conseguir. Não há preço, esforço ou tentativa que esteja à altura do preço de uma alma.

Não é impressionante? Agora você tem a informação de que carrega dentro de si uma alma que nem você mesmo tem o direito sobre ela, uma vez que não pode pagar o seu preço. Sendo assim, ela nasce com um destino rigidamente traçado, e você é impotente para mudar isso por você mesmo, pois não tem recursos para comprá-la para si.

Outro versículo diz: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” [2]. Não há nada para fazer essa “troca”. A parte triste é que, para os homens, essa é uma tremenda má notícia. A bíblia diz que o destino selado de todas as pessoas é o inferno, porque não há quem esteja sem pecado – sim! Sem dúvida, uma realidade muito sombria, que parece ainda um pouco pior quando somos lembrados do assunto dessa postagem: não há preço suficiente que podemos oferecer a Deus para comprar a nossa alma e escapar disso.

É aqui que entra o trabalho precioso do Senhor Jesus. O preço é incalculável para nós, mas Ele já calculou e pagou. Não podemos comprar as nossas almas ou pagar algo por elas, mas Ele pagou com o Seu sangue e as comprou para sempre. Para quem quiser crer, a boa notícia é que não há nada mais a pagar. Como Ele mesmo disse na cruz, “está consumado” - está pronto, acabou. É isso que você precisa entender! Geralmente, as pessoas religiosas vivem a pensar numa maneira de pagar cada vez mais por suas almas. Tudo isso é vão, até que se entenda que Deus não espera que você invista mais na sua salvação, pois será inútil. Ele não espera um esforço ainda maior de sua parte, e sim simplesmente um descanso e confiança naquilo que já foi feito por Cristo.

[1] Salmos 49:7,9,8
[2] Mateus 16:26

“Eu estou aqui”

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Posted on 12:55 | By Matheus Emerich | In

Ao lermos o evangelho de João, muitas vezes nós iremos encontrar o Senhor Jesus dizendo: “o Pai me enviou.” Disso nós entendemos que Ele estava aqui na Terra cumprindo a missão que o Pai tinha Lhe dado – este é um pensamento correto. Mas pode ser também que tenhamos uma ideia incompleta sobre isso. Pode ser que imaginemos o Pai o enviando, e Ele obediente vindo para cá sem que nada estivesse acontecendo em Seu coração. Ou então pode ser que pensemos no Pai o enviando, e Ele cumprindo o seu papel simplesmente por submissão, como um filho obedece o pai, um soldado obedece o general ou um funcionário obedece o seu patrão. Qual era a relação dEle com essa missão que Ele recebeu? Ele a cumpriu com a frieza com que se cumpre um acordo, ou com o pragmatismo com que se obedece uma ordem? Será que não houve nada além disso?

Semana passada eu me surpreendi com um salmo, porque nunca tinha parado para pensar nisso. É claro que se você me fizesse as perguntas acima, eu iria responder que Ele veio também por amor e compaixão, obviamente; mas a verdade é que eu nunca havia sido despertado para isso através de um trecho tão literal na Palavra de Deus. O salmo era este: “Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelos pecados não requeres. Então, eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração está a tua lei” [1].

Os versículos começam falando que Deus não estava pedindo mais “sacrifícios e holocaustos”. Nos tempos passados, no Antigo Testamento, Ele havia estabelecido uma Lei, e quem a transgredisse deveria oferecer um sacrifício para remover o seu pecado. Mas o homem havia fracassado completamente quanto a isso. Além de ficar comprovado que este não conseguia parar de quebrar as leis de Deus, também era a sua tendência oferecer sacrifícios sem nenhum exercício de coração. Deus chega a dizer: “De que me serve a mim a multidão dos vossos sacrifícios? Estou farto dos holocaustos e não me agrado do sangue de novilhos. Não continueis a trazer ofertas vãs” [2]. Aquilo não funcionava mais; o homem estragou tudo. Agora, restava apenas que o homem ficasse para sempre separado de Deus. O destino era que seu pecado fosse jamais removido. Ou não!

Fico imaginando o contexto no qual as palavras desse salmo foram proferidas. Ficou evidente, no céu, que Deus não tinha mais nenhum prazer naquelas ofertas. Então, um Cavalheiro cheio de majestade, com o rosto mais brilhante que o sol, ordena que os louvores a Si mesmo cessem por um instante. Então, desce os degraus do seu trono de ouro puro e se apresenta diante de Deus, dizendo: “Eis aqui estou, agrada-me fazer a tua vontade.” Fico pensando na possível surpresa dos anjos e de todos os seres viventes que habitam ali: “É isso mesmo que vejo? Ele está se oferecendo? Mas Ele é o Ser mais sublime que jamais existiu!” Se a vontade de Deus era um sacrifício perfeito, Ele não hesitou: “Agrada-me fazer a tua vontade.” Se os homens quebraram as leis, ele podia dizer: "Dentro do meu coração está a tua lei." Que oferta mais excelente! "Estou aqui, envia-me."

O plano foi consumado: Ele veio e fez o sacrifício de Si mesmo. Mas que nunca esqueçamos a lição: Ele não veio mecanicamente ou por puro dever. Ele veio com gosto – Ele se apresentou, calculou o resgate de muitos e ficou satisfeito em se dispor voluntariamente. Que os cristãos agradeçam e transbordem de alegria, pois o Senhor deles os amou e deu a Si mesmo com toda a boa vontade. Quanto aos que ainda não creram, que também se rendam diante dAquele que ofertou a própria alma para remover os nossos pecados!

[1] Salmos 40:6-8
[2] Isaías 1:11,13