"Porque temos de morrer e somos como águas derramadas na terra, que já não se podem juntar." (2 Sm 14:14)

Quanto devo pagar? (7)

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Posted on 14:37 | By Matheus Emerich | In

Atenção! Esse texto faz parte de uma série de postagens, que irão esclarecer para você aquilo que talvez seja o engano mais difundido na humanidade: o pensamento que Deus quer que você seja uma boa pessoa, para você merecer ir para o céu. É como se a salvação dependesse daquilo que você faz de bom aqui nesta vida. Isso é mentira! É isso mesmo: Deus não espera que, inicialmente, você se esforce para ser uma boa pessoa.

Quero ser bastante objetivo e simples nesta postagem. Quero apresentar para você um trecho e um exemplo bem conclusivos sobre o assunto que estamos tratando. Espero que tuas dúvidas estejam ficando cada mais raras! Espero que teu entendimento esteja sendo graciosamente esclarecido!

Um trecho bem conclusivo
 
Vamos olhar rapidamente para algumas poucas palavras em Romanos. Na primeira lida, talvez você ache muito complicado e não entenda nada, mas certamente você irá entendê-las após uma breve explicação. Vale a pena recorrer a elas, pois nos ajudarão bastante no tema destas últimas postagens. Aqui está o trecho: “Israel, que buscava atingir a lei da justiça, não chegou a atingir esta lei. Porquê? Porque não decorreu da fé, e sim como que das obras. Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” [1].

Em outras palavras, o trecho diz que a maioria das pessoas em Israel, no passado, não se salvaram justamente por depositarem a confiança em suas próprias obras. Isso não é fé em Deus. Isso é fé em si mesmo e nas obras que você pode fazer. Quando você se inquieta quanto à salvação, e sente que precisa fazer algo, ou que precisa ainda pagar alguma coisa, você não está crendo em Jesus Cristo, pois está julgando que Ele não foi capaz de te salvar na cruz. “Preciso fazer algo; só aquilo não foi suficiente.”
 
O trecho continua de forma brilhante: diz que Israel, assim procurando a salvação por suas próprias obras, “procurou estabelecer a sua própria justiça”, e não se sujeitou à justiça que vinha de Deus. Não é exatamente isso o que acontece quando você tenta fazer algo de “bom” para ganhar a salvação? Não é o mesmo processo quando você calcula que precisa se esforçar para se tornar uma pessoa boa e justa? Sim, isto é “procurar estabelecer a sua própria justiça.” Isso impede que você conheça a justiça de Deus. A tua própria justiça é feita através de tuas obras; a justiça de Deus é feita através da obra de Cristo. Quando você confia em si para ser salvo, desconfia em todo o trabalho dEle.
 
Um exemplo bem conclusivo
 
Existe um exemplo clássico quando queremos esclarecer este assunto para alguém. Talvez você já tenha ouvido a história daqueles dois ladrões que foram crucificados ao lado de Cristo. Eles estavam ali porque foram pessoas realmente muito más, e também tinham sido condenadas à morte. Mas, nos últimos momentos de sua vida, um daqueles ladrões creu em Cristo, que estava ali bem do seu lado. “Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. E Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no paraíso” [2].
 
Se a salvação fosse por obras, aquele homem estaria perdido sem nenhuma chance (e eu e você também). Os seus atos haviam perturbado a sociedade, entristecido várias pessoas e prejudicado muitas outras – afinal, ele era um verdadeiro criminoso. Não havia feito absolutamente nada para merecer o céu – se Deus tivesse medido seus atos bons e os ruins, ele não “estaria no paraíso”. Mas o final dele foi diferente: ele creu arrependido e confiou em Cristo para sua salvação, as únicas coisas que realmente podemos ofertar a Deus. Deus o salvou. Hoje ele está no céu. Um ladrão criminoso no céu! Há algo errado nisso? Não: Deus não nos salva de acordo com as nossas práticas, mas apenas por crermos no Seu Filho. Como um colega surpreendido uma vez me perguntou: “então quer dizer que um estuprador que finalmente crê arrependido vale mais do que alguém que nunca cometeu crimes, mas também que nunca creu?” Sim; e o exemplo do ladrão na cruz não nos deixa dúvidas. Que preciosa é a fé em Cristo!
 
[1] Romanos 9:31,31 e 10:3
[2] Lucas 23:42,43

Quanto devo pagar? (6)

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Posted on 00:25 | By Matheus Emerich | In

Atenção! Esse texto faz parte de uma série de postagens, que irão esclarecer para você aquilo que talvez seja o engano mais difundido na humanidade: o pensamento que Deus quer que você seja uma boa pessoa, para você merecer ir para o céu. É como se a salvação dependesse daquilo que você faz de bom aqui nesta vida. Isso é mentira! É isso mesmo: Deus não espera que, inicialmente, você se esforce para ser uma boa pessoa.

Vimos até aqui, biblicamente, que você nunca conseguirá “comprar” a tua salvação através de boas obras. Primeiro, porque este não foi o caminho que Deus estabeleceu. Segundo, porque as tuas obras nunca serão realmente “boas” diante dos olhos de Deus – temos discutido isso suficientemente na segunda e terceira postagens. Mas, se a salvação não depende daquilo que eu faço, se não está vinculada aos meus esforços, então quer dizer que ela é gratuita? Será isso possível?
 
A melhor notícia de todas: a salvação é inteiramente gratuita!

Qual o problema em pensar que a salvação é completamente grátis? Você só irá duvidar disso se pensar que Deus realmente não é o Ser bondoso que Ele afirma ser. Que cena temos até então? Bom, temos de um lado os seres humanos, caídos, tristes, vis e quebrados, mortos em seus pecados; e de outro lado temos o Deus santo e cheio de justiça. O que o Deus de bondade então faz com o homem? Exige dos homens derrotados ainda mais um pouco de esforço? Convoca estes para apresentarem-Lhe uma porção de boas obras? Não: Deus chama o homem de onde este está, e propõe uma salvação gratuita para todos nós. Como Deus é Benigno! Chama os homens cansados e lhes oferece descanso; chama os homens confusos e perdidos e lhes oferece paz – lhes oferece gratuitamente, para que só Ele tenha todo o mérito nessa restauração espiritual.

Novamente, quero que você entenda que tudo isso não são interpretações pessoais minhas. Vou colocar alguns versículos que deixam a questão clara como cristal. Repare que, em nenhum momento, a bíblia entra em contradição quanto ao assunto, e nem dá dizeres vagos que permitem alguma outra sugestão interpretativa – não: é tudo muito claro e muito bem explicado.

Veja por exemplo o seguinte versículo: “Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus” [1]. Você percebe? O texto fala que a salvação não foi “segundo as nossas obras”, mas sim unicamente pela misericórdia e pelo trabalho de Cristo.

Veja ainda outro versículo neste sentido – ah, meu amigo, repare na clareza destas palavras: “Se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia” [2]. Há alguma dúvida nestas expressões? Há possibilidade de torcer estes textos? Não há resposta sensata para explicar o porquê de as religiões, mesmo aquelas que se dizem guiadas pela bíblia, estimularem as pessoas às boas obras e ao esforço para serem salvas. Vamos nos esquecer disso e prosseguir com mais versículos que provam o caráter gratuito da salvação!

“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” [3]. O fato triste é que você pecou e está urgentemente necessitando de Deus; o fato excelente, que cobre toda a tristeza, é que Deus estabeleceu uma salvação gratuita na Pessoa de Cristo. “Sendo justificados gratuitamente”: se dependesse daquilo que eu ou você fizéssemos, então teríamos boas razões para temer. Mas o nosso coração pode descansar tranquilo quando entendemos que a salvação é realizada pela obra de Cristo, e não pelas nossas próprias obras. Este é um terreno muito mais seguro – na verdade, inabalável. Quão frágeis nós e nossas obras somos! Mas, graças a Deus, o salvo está seguro através das mãos do Deus Vivo e Forte, e não através de suas próprias mãos fracas e sujas.

A salvação é gratuita! Não apenas é assim, mas se de qualquer modo houvesse salvação, esta teria de ser gratuita, pois somos terrivelmente corruptos para conquistá-la de algum modo. “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é vida eterna em Cristo Jesus” [4] – é realmente um dom gratuito!

Você que está lendo esta postagem, e chegou até aqui ao final, quero que você preste atenção numa coisa. Eu não sei aonde você está agora em tua vida; a única coisa que eu sei é que este é um lugar sujo, sombrio e inseguro. O pecado te tomou pelas mãos e te guiou até aí – este foi o lugar onde todas as tuas práticas te levaram até hoje, segundo a palavra de Deus. Como você poderia mudar isso de repente e passar a praticar coisas boas? É impossível! Você precisa, veja bem, de uma salvação que seja mesmo gratuita; porque se depender de você, você estará perdido no sofrimento para sempre. Você precisa que Deus te salve realmente de graça, uma vez que você não tem nada para apresentá-Lo, e não há possibilidade de melhorias neste quadro. Mas a boa notícia – ah, que excelente e preciosa notícia! - é que Deus está realmente disposto a te salvar de graça; isso está mais do que comprovado por todos estes versículos que Ele mesmo inspirou pensando em mim e em você. Agarre-se a estes pensamentos agora, porque dentro de poucos instantes você terá esquecido do que leu nesta postagem, e essa distração poderá ser fatal. Não importa a tua condição, Deus te chama incondicional e gratuitamente. Escute o Seu convite; veja como é de graça:

“Ah! Todos vós que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não têm dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” [5]. “Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida” [6].

[1] 2 Timóteo 1:9 [2] Tito 3:4,5
[3] Romanos 2:23,24 [4] Romanos 6:23
[5] Isaías 55:1 [6] Apocalipse 22:17

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Posted on 23:33 | By Matheus Emerich | In

Atenção! Esse texto faz parte de uma série de postagens, que irão esclarecer para você aquilo que talvez seja o engano mais difundido na humanidade: o pensamento que Deus quer que você seja uma boa pessoa, para você merecer ir para o céu. É como se a salvação dependesse daquilo que você faz de bom aqui nesta vida. Isso é mentira! É isso mesmo: Deus não espera que, inicialmente, você se esforce para ser uma boa pessoa.

Bom, pode ser que até aqui você esteja desconfiado, considerando que todo o assunto foi conduzido por versículos que, embora chegassem perto do tema, não tratavam-no de forma direta. Talvez você esteja duvidando por isso, receando que o conteúdo exposto tenha sido somente uma interpretação, uma maneira de analisar ou um ponto de vista. Não se preocupe: a bíblia trata, sim, este tema de maneira específica e direta. Existem vários textos só para esclarecer esta questão; vamos analisá-los agora. Que o teu entendimento vá ficando cada vez mais claro!

A bíblia não é subjetiva ao afirmar: obras não salvam

Na postagem passada vimos um trecho que dizia: “Pela graça sois salvos, e isto não vem de vós, não de obras.” Apenas estas poucas palavras já seriam suficientes para convencer qualquer pecador a desistir de seus próprios esforços. Cada esmola que você deu no sinal, cada idoso que você ajudou a atravessar na rua, cada doação ou cada espécie de boas obras, se fossem todas elas somadas, ainda assim seriam equivalentes ao esforço nulo. Isso porque a salvação não depende do que eu faço ou deixo de fazer: “isso não vem de vós.”

Certa vez os discípulos perguntaram ao Senhor Jesus: “Quem pode ser salvo? Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível” [1]. É impossível para o homem salvar-se! Na verdade, a salvação é um milagre, e os homens não fazem milagres. Quando uma pessoa é salva, ela é retirada com mão poderosa do inferno, e introduzida na presença pura de Deus; os seus pecados são removidos de uma vez e ela passa a amar Deus de todo o seu coração. Como isso poderia acontecer através de obras? Imagine: ''a cada boa ação, sou retirado um pouquinho a mais da condenação; a cada coisa boa, sou salvo um pouquinho a mais.'' Não existe isso: você é um salvo ou não é – e você só pode sê-lo através de um milagre de Deus, porque “isto é impossível aos homens.” Ainda que fossem reunidos todos os esforços de todas as pessoas do planeta, de todos os lugares e de todas as eras, ainda assim isso não poderia ser suficiente para salvar nenhuma delas. Todas as obras humanas morrem na declaração do Senhor: “é impossível.”

É impossível para mim e para você, mas para Deus é possível! Ele tem o maior prazer em salvar o pecador que reconhece a sua impotência e se arrepende de seus pecados. Este homem, a quem Deus salva, faz muito contraste com o pecador orgulhoso que confia nas suas obras, como se estas ou ele mesmo fossem algo. “O homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus (…), pois, pelas obras da lei, ninguém será justificado” [2]. Ninguém irá ser salvo através de esforços próprios.

“Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” [3]. Que impressionante! A fé só é válida, ou seja, atribuída como justiça, somente para aquele que não trabalha! Realmente, não é uma questão de esforço!

A bíblia diz que somos salvos pela graça, certo? Então veja: “E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” [4]. A bíblia está afirmando com todas as letras que a salvação não é por obras! Não poderia haver nada mais claro! “Graça” significa um favor que você não merece – eu e você somos injustos, e não merecemos a salvação. Cristo sobre a cruz tem todo o mérito deste milagre; por isso mesmo as nossas obras são completamente inúteis.

Olha, eu não sei se você está compreendendo bem quando eu falo de obras. A noção geral das pessoas é que ao longo da vida nós vamos somando pontinhos para ir para o céu, e no final se tivermos pontinhos suficientes entraremos lá. É como se existisse uma balança para pesar de um lado as nossas maldades e de outro lado as nossas virtudes. Este é um pensamento errado à luz da bíblia; é o que eu estou torcendo para que você entenda: não há pontinhos para você somar! Não há nada para você colocar no lado bom da balança! Tudo o que você faz é inútil – apenas reconheça este ensinamento bíblico! Você só pode chegar ao céu através do que Cristo fez, e não através do que você faz – não pense que isto é um mero jogo poético de palavras! Calcule toda a diferença que isto faz! A salvação é na verdade uma realidade bem simples, não há nada para se complicar: é salvo quem crê arrependido em Jesus Cristo crucificado, e nada mais. Nada de esforço, nada de obras! O que significa dizer que Ele "pagou o preço"? Significa que dizer que não há nada mais a pagar! Você crê nisso?

[1] Mateus 19:25,26
[2] Gálatas 2:16
[3] Romanos 4:5
[4] Romanos 11:6

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Posted on 23:13 | By Matheus Emerich | In

Atenção! Esse texto faz parte de uma série de postagens, que irão esclarecer para você aquilo que talvez seja o engano mais difundido na humanidade: o pensamento que Deus quer que você seja uma boa pessoa, para você merecer ir para o céu. É como se a salvação dependesse daquilo que você faz de bom aqui nesta vida. Isso é mentira! É isso mesmo: Deus não espera que, inicialmente, você se esforce para ser uma boa pessoa.

Nas postagens anteriores, temos aprendido algo interessante sobre o homem: descobrimos, biblicamente, que não podemos nos tornar justos ou bons diante de Deus, não importa a intensidade dos nossos esforços. Isto nos coloca em uma posição bastante desconfortável, não é verdade? Como injustos e sujos diante de Deus, nos resta apenas o peso da Sua ira flamejante – apenas a sentença que nos condenará para sempre. Se somos pecadores, se não conseguimos melhorar este quadro, então é claro que tudo está arruinado para sempre – ou não! Se a salvação não pode vir por nossas obras ou esforços, então de onde ela vem? Como posso conseguí-la?

É você ou Cristo!

Os últimos assuntos que temos tratado são de importância extrema. Quando você realmente entende que não há nada – absolutamente nada – que você possa fazer para salvar-se, então um tipo de ansiedade ardente começa a tomar conta do teu coração. ''Não posso salvar-me; mesmo o máximo de meus esforços são nada. Se todos os meus segundos, todos os meus pensamentos e cada respiração fossem convertidos em esforços para tornar-me bom, ainda assim não seria alguém justo diante de um Deus realmente Santo – estou perdido!'' Este reconhecimento te leva a buscar um socorro fora de você mesmo. Até então você tinha os olhos voltados para o teu umbigo: o que eu devo fazer, o que eu preciso praticar, no que eu preciso me tornar. Quando você cai em si e percebe a inutilidade e perversão do teu “eu”, então você levanta o teu olhar e mira em outra Pessoa: o que Cristo fez, o que Cristo praticou e no que Cristo pode se tornar para você.

Esta é uma ideia muitíssimo estranha para qualquer ser humano. ''Como assim não posso fazer nada? Eu tenho que fazer alguma coisa, não é possível! Como poderei ser salvo exclusivamente pelos méritos de outra Pessoa?'' Ah, é aqui que mora o perigo que ameaça todos nós! Passamos toda a vida alimentando e afagando o nosso ego, aprendendo a cuidar dele e edificá-lo, quando então descobrimos que, no assunto da nossa salvação, somos completamente impotentes! Sim, quantos reconheceram a verdade bíblica que precisavam de um socorro além de si mesmos, mas não se humilharam por conta de um orgulho apaixonado! É muito duro para o homem reconhecer que precisa inteiramente de um favor que não depende dele. Que humilhante! Que massacre para o qualquer ego!

A religião pelas boas obras, porém, tende a adular o ego do pecador, estimulando-o a fazer alguma coisa boa, como se ele fosse capaz disso. “Vamos lá, esforce-se mais um pouco, torne-se um justo, você consegue!” Quando pensamos que devemos cumprir algo para sermos salvos, estamos na verdade estimando a nós mesmos além da conta; estamos dizendo que somos capazes de ser tão bons a ponto de merecer o céu – basta um pouco de esforço. Que engano! Biblicamente, todos nós somos seres que quebram as leis de Deus, e não seres que têm condições de cumpri-las. Somos seres que precisam de socorro, e não seres que têm condições de alcançar alguma coisa.

Gosto de repetir sempre um raciocínio bíblico: porquê morreria o Filho de Deus, o Ser mais honrado e mais sublime do universo? Se você pudesse fazer ou tornar-se algo para ser salvo, Ele não teria morrido – você que se esforçasse e se salvasse então. Quando você pensa que pode salvar a si mesmo através de algum esforço, você está automaticamente desbancando o que Cristo fez por você. Se você julga que teu esforço é suficiente, declara assim que não precisa dEle, não é mesmo? “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” [1]. Mais uma vez a declaração de que somos injustos, porém agora nos é revelada uma esperança: Alguém pagou a conta por nós. Ele nos substituiu – é assim que somos salvos; não por obras nossas, mas pela obra de Cristo.

Se você não entendeu, quero deixar as coisas ainda mais claras. Você terá que decidir sempre entre você ou Cristo. Você vai confiar nos esforços de quem, nos teus esforços ou nos esforços de Cristo? Você vai depositar tua fé em quem, naquilo que você pode fazer ou naquilo que Cristo fez por você? Quando você pensa em fazer algo ou se esforçar para ser salvo, veja bem, você está confiando em você mesmo ou em Cristo? A confiança em você mesmo é completamente inútil – as obras não irão te salvar.

Considere, por um momento, que todas estas coisas são verdadeiras. Se tudo é assim mesmo, como Deus poderia carinhosamente te avisar isso? Vou te apresentar um trecho da bíblia, e quero que você o analise com cuidado: “Pois pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” [2]. Meu amigo, me diga: como Deus poderia ser mais claro do que isso? Não vem de vós! Não de obras! Que expressões claras! Através de palavras diretas e literais, Deus está retirando qualquer embaraço que possa existir em tua mente! Ele está sendo claro, o tanto quanto poderia ser!

Existem ainda muitos outros pontos importantes sobre a salvação por obras que serão esclarecidos nas próximas postagens. Por hoje, entenda apenas isto: ao confiar em você mesmo, nos teus esforços e nas obras que pode fazer, você está deixando Cristo de lado e declarando que a Sua morte foi desnecessária. Se a salvação é por obras, Cristo morreu em vão: "Não faço nula a graça de Deus; porque, se a justiça vem mediante a lei, logo Cristo morreu em vão" [3]. Desista de esforçar-se! A salvação não vem de você ou do que você pode fazer. Também não vem a maior parte com Cristo, e um pouquinho por você - não: vem exclusivamente de Cristo. Porque você continuaria a esforçar-se em vão, e não se renderia ao Único que pode salvar-te?

[1] 1 Pedro 3:18
[2] Efésios 2:8,9
[3] Gálatas 2:21

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Posted on 19:30 | By Matheus Emerich | In

Atenção! Esse texto faz parte de uma série de postagens, que irão esclarecer para você aquilo que talvez seja o engano mais difundido na humanidade: o pensamento que Deus quer que você seja uma boa pessoa, para você merecer ir para o céu. É como se a salvação dependesse daquilo que você faz de bom aqui nesta vida. Isso é mentira! É isso mesmo: Deus não espera que, inicialmente, você se esforce para ser uma boa pessoa.

Na postagem passada, vimos que, na verdade, aos olhos de Deus, nenhum homem pode se tornar uma boa pessoa. É um ser corrompido, que carrega um fardo de toneladas de pecados, e não há possibilidade de melhorar esse quadro mediante um esforço ou trabalho intensivo. Vimos que o homem, invariavelmente, não é um ser justo, e vimos isso com base bíblica suficiente. Mas, caso ainda reste dúvida ou desconfiança de tua parte, vamos continuar a nossa reflexão neste sentido.

Teimando contra o que já é certo

Certa vez, nos Estados Unidos, uma jovem foi assassinada na escola, segundo alguns, por ter “defendido a sua fé.” A história rapidamente se espalhou, e a moça foi considerada uma heroína de Deus, mártir da fé, ou algo assim. Então o cantor gospel Michael W. Smith, grande líder evangélico, a homenageou com uma canção, chamada “This Is Your Time”. Algum tempo antes de partir, a jovem havia dado uma entrevista, e o astro evangélico colocou um pequeno trecho dessa entrevista na abertura do clipe da música. Neste trecho, a adolescente dizia exatamente as seguintes palavras: “Acho que a maneira como vou chegar ao reino é sendo uma amiga leal, um bom exemplo para os não-crentes e para os cristãos também; tentando não me contradizer, me livrar de toda hipocrisia, e apenas viver por Cristo.” Estas são palavras muito belas, não é verdade? Mas o que dizer acerca da veracidade destas colocações?

Em outras palavras, a menina dizia o seguinte: “Acho que a maneira como vou chegar ao reino é me esforçando ao máximo para ser uma pessoa justa.” Tirando toda a conotação emotiva que envolve a tragédia com a moça, e mantendo um discernimento sóbrio, imparcial e bíblico, o que iremos concluir sobre a questão? Sem dúvida, se as palavras ditas por ela refletiam o que havia no seu coração, e se ela confiava mesmo nisso tudo para “chegar ao reino”, a bíblia nos dá total instrução para crermos que ela, infelizmente, não chegou lá – e nem preciso falar qual é a outra opção a não ser o céu, onde ela poderia estar agora. Mas o que houve de errado? Suas palavras pareciam tão sinceras! Não quero sentenciar nenhum julgamento, mas analisando tudo o que nós temos, podemos definir pelas palavras da própria jovem que ela cultivava uma confiança em si mesma (e no que ela poderia fazer), e não uma confiança em Cristo (e no que Ele fez por ela). Você entende essa drástica diferença? Se preciso for, releia as palavras da jovem e analise novamente a questão.

A moça queria ser justa para ir ao céu, e milhares de pessoas hoje querem seguir o mesmo caminho. Será que alguém realmente conseguiu ser justo diante de Deus para merecer ir para o céu? Ah, se os religiosos que apostam nisso apenas lessem a bíblia, o manual que Deus nos deixou para entendermos o Seu propósito! O livro sagrado é tão cheio de instruções a respeito disso, de maneira que todos que o abrem com sinceridade encontram as respostas verdadeiras! Ninguém que leu a bíblia com honestidade permaneceu enganado, pois ela foi nos dada justamente para nos retirar as nuvens escuras de cegueira espiritual. “À tua vista não há justo nenhum vivente” [1]. Esta é a resposta que achamos em várias partes da bíblia. Nem eu, nem você, nem a moça do clipe podemos ser justos diante dos olhos de Deus. Como Ele poderia ser mais claro do que isso? Até quando as pessoas, inclusive as religiosas, irão teimar em esforçar-se por boas obras, indo contra o que já está determinado? É como diz o versículo de Jó: “Seria, porventura, o mortal justo diante de Deus? Seria, acaso, o homem puro diante do seu Criador?” [2]

Espero que você esteja entendendo a questão. Eu sei que durante toda a vida a crença principal de todas as pessoas é que precisam fazer alguma coisa, ou deixar de fazer outras, para ir para o céu. Quantos confiam em sua justiça própria para serem salvos? Quantos esperam o céu por não matarem, não roubarem, não fumarem ou qualquer outra coisa que eles consideram justo? Você não percebe? Tudo isso é confiança na tua própria justiça, e não uma confiança em Deus! Quantos preferem discordar do que Deus já disse, ainda se esforçando para serem pessoas justas? “Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!” [3] Ai dos que teimam em ser justos, pois Cristo diz: “Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento” [4]. O caminho para achar favor diante da face de Deus não é se esforçando ao máximo para ser uma pessoa justa; antes, é reconhecer a própria miséria e confiar exclusivamente na justiça dEle.

O próprio Deus é quem nos advertiu sobre a impossibilidade de sermos justos, e da futilidade das nossas obras. “Eis que todos são nada; as suas obras são coisa nenhuma” [5]. O caminho das “boas obras” para ser salvo é um grande engano. A tentativa de “ser justo” para ser salvo é uma grande teimosia. Abandone as tuas obras para crer na obra de Cristo; abandone a tua justiça para crer na justiça do Grande Justo.


[1] Salmos 143:2 [2] Jó 4:17
[3] Isaías 5:21 [4] Mateus 9:13
[5] Isaías 41:29

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Posted on 15:34 | By Matheus Emerich | In

Atenção! Esse texto faz parte de uma série de postagens, que irão esclarecer para você aquilo que talvez seja o engano mais difundido na humanidade: o pensamento que Deus quer que você seja uma boa pessoa, para você merecer ir para o céu. É como se a salvação dependesse daquilo que você faz de bom aqui nesta vida. Isso é mentira! É isso mesmo: Deus não espera que, inicialmente, você se esforce para ser uma boa pessoa.

Existe uma verdade bíblica que é aterradora para qualquer um que a encontra pela primeira vez. Você também, ao lidar com ela durante estas postagens, talvez irá estranhar bastante. Não: não há nenhum erro de interpretação, nenhum versículo fora do contexto, nenhuma falha de sentido nas expressões. Os versículos significam realmente o que está no sentido mais literal, mesmo que você se espante e alegue que nunca ouviu falar disso em nenhuma religião. Bom, a nossa questão aqui é: o quanto você precisa ser bom para ir para o céu? Quantas coisas boas deve fazer? Não se espante com a resposta correta: essa hipótese de ser uma boa pessoa, ou fazer coisas boas, na verdade, nem mesmo existe!

A impossibilidade de ser bom

Ao contrário do que as religiões estimulam, pasme com este ensinamento bíblico: você nunca poderá ser uma “boa pessoa” ou fazer “coisas boas” que te levarão ao céu. Se você pudesse ser bom, você não precisaria de Cristo. Ele veio justamente porque somos maus, e não porque somos bons! Se houvesse algum recurso no homem, Cristo não precisaria pagar preço algum; bastariam os homens apresentarem a Deus os seus tais recursos. Mas Cristo veio e pagou o preço porque, definitivamente, não havia nada que o homem poderia fazer que fosse bom o suficiente para levá-lo ao céu. Caso contrário, não precisaríamos de um Salvador!

Pode ser que esta afirmação esteja te incomodando. “Como assim não posso ser uma boa pessoa? O que isso quer dizer?” Vamos recorrer a algumas passagens bíblicas para conferir este ponto.

Repare este famoso versículo de Isaías: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapos da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” [1]. Qualquer coisa que ofereçamos a Deus não irá resolver em nada a nossa questão. Nossas justiças são como trapos da imundícia. Naquele dia, não irá adiantar nada ter sido um bom filho ou um bom pai, ter ajudado os pobres ou feito doações, ter sido religioso e rezado muito – todas as nossas justiças, como uma trouxa só, são consideradas juntas uma grande massa de coisa imunda. Antes de serem geradas, já foram sujadas com os nossos pecados.

Somos como o imundo, diz o versículo anterior. Agora veja mais este: “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!” [2]. Unindo as informações que temos até aqui, concluímos que somos sujos e não se poderá tirar nada puro de nós mesmos – ninguém é capaz de realizar tal tarefa, diz o versículo. A ideia das boas obras para a salvação tropeça em cada lição que aprendemos com estes versículos. Poderemos fazer, em um único dia, mil coisas que serão plausíveis para os homens, nossos companheiros; mas para Deus, nenhuma delas, ou nem todas elas juntas, serão puras o suficiente para se obter algum favor. São obras sujas, porque vieram de fontes corrompidas!

Os versículos não param por aí. A realidade que você não pode ser uma pessoa pura, nem com a ajuda de uma religião, é uma verdade proclamada em alto e bom tom na bíblia. Não é um segredo que precisamos bisbilhotar muito para descobrir. “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” [3]. “Não há homem que não peque” [4]. Tudo isto começou quando ainda éramos feto: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu a minha mãe” [5]. Assim somos eu e você; isso é o máximo que conseguimos fazer. Naturalmente, estamos no fundo do poço, mergulhados no pecado. Nossas práticas, como se fossem uma lama, vão nos atolando para baixo; é inútil procurarmos algo essencialmente bom entre elas. Precisamos da salvação do Senhor Jesus Cristo – não de uma salvação que vem de nós mesmos, como a ideia das obras propõe. A noção de que devemos fazer algo para sermos salvos, ou que devemos nos esforçar em coisas boas para isso, trata-se de um engano muito sério.

Certa vez eu estava conversando sobre este ponto específico com uma colega. Ela não entendia isso de maneira nenhuma. Então lhe mostrei a seguinte passagem, que finalmente pôde esclarecer o assunto para ela: “Não há um justo, nem um sequer; não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nenhum sequer” [6]. Não existe um grupo especial de homens, não existe um conjunto seleto de pessoas que não se enquadram nestes versículos – todos nós estamos debaixo dessa descrição!

Com o que analisamos nesta postagem, espero que tenha ficado claro o ensinamento bíblico que nenhum homem – ''nem um sequer'' – pode ser realmente bom, nem há recursos para que façamos coisas boas. Não é que Deus não aceita as tuas obras boas, o caso é que elas nem existem mesmo! Se você espera ser uma boa pessoa para ser salvo, você já pode desistir, mediante esses versículos. Se houvesse alguém que escapasse a essa regra, este alguém não precisaria de Cristo, pois suas obras seriam suficientes para salvá-lo. Mas não há ninguém assim neste planeta. Precisamos nos render ao Senhor Jesus, precisamente por não podermos ser bons por nós mesmos.

[1] Isaías 64:6 [2] Jó 14:4
[3] Eclesiastes 7:20 [4] 1 Reis 8:46
[5] Salmo 51:5 [6] Romanos 3:10-12

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Posted on 12:06 | By Matheus Emerich | In

Atenção! Esse texto faz parte de uma série de postagens, que irão esclarecer para você aquilo que talvez seja o engano mais difundido na humanidade: o pensamento que Deus quer que você seja uma boa pessoa, para você merecer ir para o céu. É como se a salvação dependesse daquilo que você faz de bom aqui nesta vida. Isso é mentira! É isso mesmo: Deus não espera que, inicialmente, você se esforce para ser uma boa pessoa.

Já faz um bom tempo que sou cliente da mesma operadora de celular. Há uns dias atrás, uma atendente desta operadora entrou em contato comigo, oferecendo benefícios muito bons para a minha conta. Se eu aceitasse a proposta que a companhia estava me fazendo, eu poderia falar quase de graça com muitos números, e ainda ganhar muitos bônus para falar com outros, além de poder mandar mensagens gratuitamente. Então, eu perguntei para a atendente: “e quanto devo pagar por isso?” Ela me respondeu que eu não devia pagar nada e que o benefício era inteiramente grátis. Eu fui sincero com a moça, respondendo-lhe que aquilo estava muito esquisito. Ela disse meio decepcionada: “tudo bem senhor, eu entendo a sua desconfiança.” O plano era verdadeiro, aquilo ali não era nenhum trote, mas eu havia desconfiado porque era “muito bom para ser verdade.”

É claro que a operadora, de algum modo que eu não sei, estava lucrando ao me oferecer aquele benefício – nenhuma grande empresa está interessada em tomar prejuízo para beneficiar os clientes. Logo depois desta ocasião, eu me lembrei de como são as coisas de Deus. Ele diz: “Olha, pecador, apenas abandone o teu pecado e se entregue a mim de todo o teu coração, crendo no meu Filho. Ao fazer isso, purificarei você do teu mal, e terás paz nesta vida, e ainda morará comigo depois da tua morte.” O pecador, desconfiado, apenas pensa: "Ah, é muito bom para ser verdade." A diferença para o caso da operadora de celular é que Deus não é um espertalhão querendo lucrar alguma coisa. Ele oferta a salvação de graça, mas o pecador pensa que não pode ser assim, que isso é impossível; pensa que ele ainda precisa fazer algo para Deus, que ele ainda precisa pagar alguma coisa.

Identificando o problema

Este pensamento está profundamente arraigado em todas as religiões. Seja qual delas você procurar, irá encontrar um sistema de regras que você deverá cumprir. Você vai ter que fazer algumas coisas, e deixar de fazer outras. Assim, se você for bem sucedido nessa tua missão, então você irá para o céu, segundo a tal religião. “Parabéns, você conseguiu! Fez tudo certinho e agora merece o céu.” É um esquema que coloca a salvação como sendo dependente do que você faz ou deixa de fazer. Este pensamento não é comum? Acaso, não é também o teu pensamento?

Os católicos assumidamente pensam assim. Ensinam que, para ir ao céu, primeiramente, você deverá cumprir muitos sacramentos. Precisará ser batizado, e mais uma ou outra prática; e depois ainda terá que, no resto da vida, se esforçar para ser uma boa pessoa – ou pelo menos se esforçar para não ter uma índole má e prejudicar os outros. Tarefa cumprida, céu garantido. E, ainda se pecarem, os católicos julgam necessário passar um processo que envolve ainda mais esforços, sejam penitências ou rezas, para crerem que estão purificados.

Mas esse pensamento de salvação através de esforço não é somente católico. Com o tempo, fui percebendo que quase todas as vertentes do segmento evangélico pensam dessa forma. Certa vez, comecei a conversar com uma colega, que era evangélica e estudava comigo, sobre esse assunto. Perguntei-lhe o que ela julgava necessário fazer para ir para o céu. Ela respondeu mais ou menos nos seguintes termos: “Acho que você precisa ser uma boa pessoa. Você não pode ser mau caráter, tem que fazer o bem o tanto quanto puder! Tem que fazer boas ações e tentar ser uma pessoa justa e de bom coração.” Aquela resposta foi para mim um grande choque. Mas, quanto mais o tempo passava, mais eu percebia que aquela colega não estava isolada com essa ideia. Ela recebia, para o meu espanto, o suporte de quase toda a massa evangélica.

Pouco tempo depois, uma prima minha, também evangélica, veio conversar comigo porque estava muito insegura a respeito da sua salvação. Ela não tinha certeza de mais nada, e estava à beira do desespero. Como com as outras pessoas, fiz a mesma pergunta para ela. A sua resposta foi bastante equivalente às anteriores: “Eu preciso ser boa, justa e seguir os mandamentos da bíblia. É, eu preciso ser uma pessoa de bom coração e seguir as orientações da igreja. Acho que assim irei para o céu!”

Não é raro quando encontramos os frutos deste engano no dia a dia. Às vezes, depois de fazer alguma boa ação, vemos alguém dizer brincando algo do tipo: “é, preciso garantir meu lugarzinho no céu.” É uma ideia tão comum, tão difundida, que as pessoas ficam mesmo surpresas quando questionamos isso. Pode ser comum de qualquer jeito, mas não é a mensagem da bíblia. Talvez você esteja pensando: “Peraí, eu estou entendendo direito mesmo? Você está querendo dizer que é errada a ideia de fazer coisas boas para ir para o céu? Eu sempre pensei assim! Não é assim que funciona?” Não, não é assim que funciona; e quem diz isto não sou eu: é a própria bíblia.

Quanto devo pagar? E se eu te dissesse que a resposta é “nada”, ou seja, que a salvação não envolve nenhum esforço de tua parte? E não apenas isso, mas que, enquanto houver esforço teu, você está impedindo a si mesmo de ser salvo? Esta é a surpreendente mensagem da bíblia. Nas próximas postagens, analisaremos isso com a base bíblica devida. "Ao Senhor pertence a salvação!" (Jonas 2:9)

A verdade sobre a Verdade

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Posted on 13:11 | By Matheus Emerich | In

“Que é a verdade?” Essa pergunta, feita por Pilatos no evangelho de João, é a questão de todo ser humano. Em quê acreditar? O mundo está cheio de sugestões sobre “onde depositar a confiança”; mas parece que toda a sopa de hipóteses acabou por confundir ainda mais os homens. Os avanços da ciência e filosofia só trouxeram mais dúvidas no lugar de respostas, de modo que agora Deus parece cada vez mais distante de todos nós. Especialmente na sociedade atual, parece que cada um vai ter que decidir, por si mesmo, no que vai acreditar. O volume de especulações é tão grande que, por último, os sábios já estão dizendo: “olha, não existe verdade, tudo é relativo; acredite no que quiser, ou fique à vontade para não acreditar em nada também – no final das contas não irá fazer diferença nenhuma.” Será que isso é assim mesmo? A bíblia pode nos ajudar neste assunto? Se olharmos para as suas páginas, veremos que existe uma ligação fortíssima entre a ''verdade'' e o próprio Senhor Jesus Cristo.

A verdade veio através de Cristo. “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” [1]. Ele trouxe tudo o que precisávamos para dissipar as nossas dúvidas.

Ele próprio estava cheio da verdade. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” [2]. A verdade mais pura transbordava em cada movimento Seu. Ele irradiava a verdade cristalina, digna de toda confiança.

Ele era a própria verdade. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” [3]. Ele não somente dizia coisas verdadeiras, mas Ele próprio era constituído de límpida verdade. Ele era a Verdade encarnada. Literalmente, a Verdade andou entre nós na forma de um ser humano.

Ele veio à Terra precisamente para nos dizer a verdade. “Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade” [4]. Podemos descansar no fato de que Ele cumpriu essa bondosa missão. A expressão “em verdade vos digo” foi registrada nos quatro evangelhos nada menos do que 76 vezes, como pronunciadas pelos lábios de Cristo.

Ele guia todos os que crêem nEle, direcionando-os a se alimentarem da verdade cada vez mais. “O Espírito da verdade vos guiará a toda verdade” [5]. Todo ser humano, embora seja pecador, quando crê em Cristo, pode repousar tranquilo, seguro que está pisando em um terreno regado pela verdade. Quem fez todas essas promessas, e quem disse tudo isso foi “o Deus que não pode mentir” [6]. É o Deus que registrou em Sua palavra: “Deus não é homem, para que minta” [7]. Que bela notícia! Você não percebe? Deus se importa com você, e quer que você acredite em Sua palavra, revelada pelo Seu Filho!

Satanás é chamado na bíblia de “Pai da Mentira”, e vivemos num mundo arquitetado por ele. Tudo aqui transpira mentira a cada fração de segundo. A única fonte de verdade é, realmente, o Senhor Jesus Cristo. Ele disse tantas vezes, alertou de tantas maneiras, que tudo o que Ele dizia era a verdade! Será que você pode confiar nEle? Todo aquele “papo” de céu e inferno, pecado e pureza, salvação e condenação, crença e incredulidade – sim, era tudo verdade! Ah pecador, creia neste Cristo e seja purificado de teus pecados, descobrindo você mesmo que Ele é verdadeiro. “Quem, todavia, lhe aceita o testemunho, por sua vez, certifica que Deus é verdadeiro” [8].

[1] João 1:17 [2] João 1:14
[3] João 14:6 [4] João 18:37
[5] João 16:13 [6] Tito 1:2
[7] Números 23:19 [8] João 3:33

Porquê estamos aqui?

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Posted on 15:15 | By Matheus Emerich | In

Ah, a velha pergunta de sempre! Porque você veio a existência e está na frente desta tela agora? Não é só em relação a você, mas é sobre tudo e todos: porquê este mundo existe? É um velho questionamento filosófico, mas se você retirar toda a pompa acadêmica em torno dele, bem como todas as especulações, você irá descobrir que não é uma questão que nasceu nos bancos das universidades antigas ou nas pesquisas de laboratórios científicos. Não: é uma questão que nasceu dentro do teu próprio coração; você se interessa muito pela resposta. A ideia de que não podemos encontrá-la é desolador para alguns; para outros, é um estímulo para uma busca desenfreada pelo melhor do presente – busca que se torna vazia depois de um tempo. Mas, e se existir mesmo uma resposta fixa e verdadeira? Hoje, é prestigiado o pensamento de que “não existe verdade absoluta”. Mas, sim, e se existir uma resposta, uma verdade por trás de todos os batimentos do teu coração? Você já ouviu respostas de todo tipo para isso – a ciência prega o acaso, a religião prega o propósito, os sábios não se decidem, e você se sente pequeno demais para concluir alguma coisa. Esqueça tudo isto por um instante; deixe-me apresentar a resposta bíblica para você.

Antes de mais nada, é bom que você saiba que o que está na moda hoje é a filosofia existencialista. Se você não sabe o que é o existencialismo, podemos dizer que é o pensamento que irá te dizer: “Não existe essência lá fora para que você se conforme. Não: todo o sentido de tudo é definido por você – não há padrão nenhum para que você pegue a sua vida e a adapte. Não há significado fora de você, nem realidade objetiva, nada que defina sua existência. Você está aqui por puro capricho de casualidade do universo. Você é apenas química – nada mais que isso! Você é totalmente, terrivelmente livre! Isso é assim porque você é só parte de uma infinita espiral de forças evolucionárias de matéria, energia e tempo, se tornando o que isso quiser tornar.” Em outras palavras, seja o quiser. Se você está aqui por acaso, o certo e o errado é uma questão de opinião. Não existe, então, moral e imoral, bem ou mal, nem nada disso – afinal, tudo não passa de matéria. Se não existe Deus nem razão para nada, você só precisa aproveitar tudo e fazer o que der na cabeça. Pode ser um pensamento confortável inicialmente, mas é muito, muito perigoso. Olhando de certo ângulo, toda a bíblia foi escrita para que você não ignorasse a razão da tua existência.

Vejamos então o que nos diz o Livro Sagrado. “Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi feito por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste” [1]. Este é um texto que fala sobre o Senhor Jesus Cristo. Talvez você se surpreenda ao ver que, segundo a bíblia, Ele é mais que meramente um homem tranquilo e bonzinho, que andou aqui. Agora, uma informação mais impressionante ainda: “Tudo foi feito para Ele.” Que estranho! “Quer dizer que eu estou aqui por causa de... Jesus Cristo?” Sim, exatamente isso. Não é que Ele te colocou aqui para que você seguisse os mandamentos dEle – não é tão básico assim, o propósito não é neste sentido. Continue lendo para entender.

Cristo é “aquele por cuja causa e por quem todas as coisas existem” [2]. Eu e você estamos incluídos na expressão “todas as coisas.” Estamos aqui por causa de Deus, por causa de Jesus Cristo. Ele é o Legislador de tudo e não há nada que não esteja abaixo de Sua autoridade. Ele tem permitido que você viva até aqui como você bem escolheu. Ele permite que as pessoas vivam excluindo-O de seus pensamentos, mas não significa que todas as pessoas não estejam na palma de Sua mão. Ele é quem já decidiu quando será o último instante de tua vida, ou qual será o número dos teus dias; Ele é quem sabe o que existe em cada sala secreta do teu coração. Desta maneira, querendo ou não, em certo sentido, Ele já está no controle do teu viver. Acontece que, enquanto você não crê, este é um controle meramente dado por autoridade e hierarquia, e não por submissão e harmonia, como Ele mesmo quer. Os planetas giram como Ele quer, os sistemas e as galáxias funcionam à Sua maneira, as ondas do mar obedecem à Sua voz; mas o homem, a única criatura que Deus conferiu liberdade para agir, prefere seguir tudo à sua própria maneira. O que acontece com a maioria das pessoas é que elas resistem ao domínio de Cristo: optam por não se submeter a Ele. Abraçam as suas vidas e as escondem para que Ele não as governe – como está enganado o homem sem Deus! Aquele que não crê pensa que a vida com Cristo é puro desgosto. Em vários trechos da bíblia, podemos ver claramente que “não crer” é o equivalente de “não se submeter”, ou ainda a mesma coisa de “viver em rebeldia.” Por exemplo: “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” [3].

Você está aqui, talvez seja tudo o que você tem certeza. Agora, você já sabe que, segundo a bíblia, você foi criado para honrar o nome de Deus com a tua existência - e seria assim se o teu pecado não arruinasse tudo. Meu querido amigo, há uma coisa que não te digo por fanatismo ou para conquistar algo para mim mesmo. É por puro interesse pelo teu benefício que te digo: arrepende-te e creia em Cristo. Não resista mais ao controle dEle. Não continue, todas as manhãs, a atendê-Lo na porta e dizendo “não há espaço aqui para você.” Isto é serio: dê um basta na tua vida de rebeldia contra o Filho de Deus! Você foi criado, átomo por átomo, para engrandecer o nome de Jesus Cristo com tua vida – um propósito muito maior do que qualquer outro. Para que você cumpra em paz a razão da tua existência, em relação a Deus, você precisa passar de rebelde para a condição de servo, de desobediente para a condição de filho. Rende-te ao domínio dEle, dobre os teus joelhos em submissão, oferte a tua alma para sempre. Não comove o teu coração pensar que o Legislador do universo deu a vida para conquistar o teu amor?

[1] Colossenses 1:16,17
[2] Hebreus 2:10
[3] João 3:36

Quando Deus se alegra

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Posted on 11:50 | By Matheus Emerich | In

Duas coisas eram muito comuns quando o Senhor Jesus pregava às multidões. Primeiro: não raro, o Seu público continha pecadores do mais elevado grau - estamos falando de prostitutas, malfeitores ou publicanos. Segundo: frequentemente, Ele enfrentava a oposição ferrenha dos religiosos da época. Estes religiosos buscavam cumprir todos os detalhes da Lei de Moisés, mas mesmo assim Cristo não os aprovava, pois sua religião era somente uma falsa máscara de aparência externa. Estes religiosos, chamados na bíblia de ''escribas'' ou ''fariseus'', odiavam o Senhor Jesus e procuravam matá-Lo, pois Este denunciava abertamente o sistema hipócrita daquela religião.

Estes homens procuravam praticar coisas boas para se auto-promoverem, alimentarem o orgulho e adularem o seu ego. “Companheiros, vejam como sou uma pessoa boa. Deus, veja como mereço ir para o céu.” Este é o esquema básico de quase todas as religiões, nas quais a ideia central, desmentida pela bíblia, é que você precisa fazer coisas boas para ser uma pessoa melhor e mais justa. Este era o pensamento daqueles religiosos; este é o pensamento da maioria das pessoas, ainda hoje; este é o pensamento que não vem de Deus. Aqueles escribas pensavam que Deus estava aprovando tudo o que faziam; mas quando o Filho de Deus veio ao mundo, procurou direto os mais baixos pecadores. Então, os religiosos O desacreditaram. “Se Ele fosse mesmo o Filho de Deus, deveria vir até nós, e não procurar estas pessoas más!” Assim, o evangelista Lucas registra uma cena, na qual Cristo acolhia os pecadores mais explícitos, enquanto os religiosos desdenhavam e reclamavam. “Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles” [1].

O ensinamento da bíblia é que todos nós somos pecadores, invariavelmente e sem diferença alguma [2]. Aqueles religiosos, porém, estavam falando como se eles mesmos não o fossem! Murmuravam porque o Senhor Jesus “comia com pecadores”, se referindo às outras pessoas, como se eles também não tivessem seus próprios pecados e maldades! Ao falar de ''pecadores'', eles consideravam um conjunto de pessoas no qual eles não estavam incluídos. Que engano! Todos somos pecadores, embora aqueles homens se olhassem no espelho e não se vissem assim.

Aqueles religiosos tiveram, porém, uma resposta bem adequada do Senhor Jesus. Em mansidão e autoridade, Cristo lhes respondeu: “Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento” [3]. Para obter a salvação de Deus, é preciso reconhecer que você precisa dela! Enquanto você se acha justo, é como se estivesse pensando que não precisa de salvação – afinal, a salvação é para pecadores, e não para justos; é para perdidos, e não achados. As prostitutas e os homicidas que iam aos pés do Senhor para buscarem socorro não tinham dificuldades em reconhecer que eram pecadores, pois deviam ouvir isso todos os dias. Mas, e quanto a você, que não mata, não rouba, não tem vícios e talvez não comete outros erros grosseiros? Será que você reconhece que é pecador e precisa da salvação de Deus, ou ainda mantém uma elevada opinião sobre si mesmo?

Foi o próprio Deus quem disse que você precisa se arrepender, pois você também peca – e no fundo, você sabe disso muito bem. Você conhece teus pensamentos maliciosos, sabe que abriga na mente coisas ruins que gostaria que ninguém soubesse – são pecados guardados lá no fundo do coração. Quando, porém, você resolve dizer “apesar de tudo, sou uma pessoa boa”, é o equivalente a dizer “não preciso me arrepender”. Pelo último versículo que citamos, repare que Deus se alegra muito mais ao ver alguém reconhecendo e confessando sua maldade, do que ver noventa e nove pessoas como você, que não fazem nada de escandaloso, mas que preferem ocultar os pecados próprios atrás de um ego bem alimentado. Quando alguém se rende, reconhecendo seu estado verdadeiro, Deus se alegra muito e há “festa” no céu. Para clamar por socorro, é preciso reconhecer que se está em perigo; para chamar pelo auxílio exclusivo de Deus, é preciso atestar que tuas forças se acabaram e que teus recursos próprios já não existem.

Sempre será assim, da maneira vimos naquela cena: quem pensa que está muito bem nunca procura o socorro de Deus; quem pensa que é justo nunca reconhece a necessidade de salvação. Por outro lado, quem reconhece que é pecador, quem conclui em verdade que está perdido e procura a solução para sua alma, acaba sendo acolhido pelos braços de Deus, conhecendo o Seu amor e sendo consolado por Ele mesmo. Acaba, no fim, encontrando o auxílio de um Cristo Bondoso que “recebe pecadores e come com eles.”

[1] Lucas 15:1,2
[2] Romanos 3: 9-26, por exemplo.
[3] Lucas 15:7

Caminhos para seguir

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Posted on 18:54 | By Matheus Emerich | In

Com muita precisão, podemos comparar nossa vida com um caminho. Todos nós chegamos, de tempo em tempo, em cruzamentos onde precisamos decidir qual será o nosso rumo. Muitas vezes não é possível fazer o caminho de volta. Você presta atenção por onde anda? Ou simplesmente vai tocando a vida, distraído, sem reparar por onde pisa? Dependendo do ponto de vista, podemos dividir as nossas opções em muitos caminhos. Você precisa, por exemplo, escolher uma profissão: existem várias trilhas para você escolher. No entanto, quando o assunto tange as realidades espirituais, o Senhor Jesus Cristo deixou claro que existem apenas duas rotas. É inevitável: se você não está em uma, pode-se afirmar, sem medo de errar, que está caminhando na outra. Toda a humanidade pode ser dividida em duas partes: a parte que anda por um caminho e a parte que escolhe a outra opção. Sem meio termo, sem rotas alternativas, sem atalhos. São apenas duas trilhas! Você precisa saber em qual delas você se situa.

Eis as palavras de Cristo: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” [1]. Bom, você só pode estar em um desses dois caminhos – o estreito ou o largo. Vamos descrevê-los para que você se situe.

Primeiro podemos imaginar um caminho bem largo. Por aí, você passa da maneira que quiser. As margens são tão espaçosas que você pode passar cambaleando sob efeito de bebidas alcoólicas, ou pode ainda carregar contigo o que você bem entender. Não há restrições: passa de tudo, cabe de tudo. Este é o caminho onde você encontra a maioria dos teus colegas: é tão largo, que você pode passar acompanhado de todos eles, de uma só vez. Talvez nunca se passe, nesta via larga, por momentos de solidão ou dificuldades. É realmente muito fácil. Este caminho largo, porém, engana todos os que entram por ele; promete uma passagem fácil, mas reserva um final trágico. “Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte” [2]. Embora pareça muito bom e divertido caminhar por aqui, se você soubesse o final, imediatamente trocaria de trilha. É claro que não há nenhum aviso como “Caminho Para o Inferno”, ou coisas deste tipo. Não há, talvez, nada que te assuste muito agora – talvez você sinta que não está satisfeito caminhando por aqui, mas você se arrisca a continuar para ver o que acontece no final. E, quase que de metro em metro, você encontra uma pequena placa com frases do tipo: “Você consegue continuar ainda um pouco mais sem Jesus Cristo. Vamos, você conseguiu até agora. Apenas siga em frente, tudo dará certo no final.”

Em Efésios 2:2, encontramos uma descrição muito boa sobre o caminho largo, onde os cristãos “andaram” anteriormente, antes de crerem. “Andastes outrora segundo o curso deste mundo”. Isso significa que o caminho espaçoso não é nada menos do que o fluxo normal que as pessoas seguem. Se quiser caminhar pela rota estreita, terá de negar este curso e remar contra a correnteza. “Andamos outrora segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos.” Neste caminho você faz o que quiser – talvez você não queira quebrar as leis civis ou as regras morais da sociedade, mas não é disto que estamos falando. O caso é que, neste caminho, você pode seguir livremente sem submeter os teus pensamentos aos pensamentos de Cristo. Você pode viver e seguir como bem-quiser – que falsa sensação de liberdade! Embora se sintam livres para fazerem o que der na cabeça, as pessoas do caminho largo não conhecem a liberdade verdadeira, pois são escravas da correnteza que leva ao pecado. Na verdade, o homem sempre é um escravo: inevitavelmente, ou é um escravo do pecado, ou é um escravo do Senhor Jesus Cristo [3].

Mas nem tudo está perdido: você não precisa caminhar pela trilha que leva à condenação. Há um caminho que leva ao perdão, pureza e à paz com Deus. É claro que não é um caminho fácil: sendo estreito, há muitas dificuldades. Muitas vezes se passa por trechos obscuros, onde os olhos naturais não enxergam nada, e é preciso seguir somente pelos olhos da fé. Mas a cada dificuldade – sim, que descanso há nisso! - o próprio Senhor do caminho dispõe para os seus aventureiros provisões para renovar as forças e energias. Ao longo do caminho, encontramos surpresas que consolam e fortalecem o nosso coração; são coisas que não se encontram no outro caminho, e mesmo se existissem por lá, as pessoas não valorizariam. Não há segredo, não há nada complexo nem muito vago nisso tudo. Um caminho estreito não é um caminho de sofrimento qualquer, como se quem sofresse aqui fosse para o céu depois por isso. O Senhor Jesus é bem específico ao afirmar: “Eu sou o caminho, ninguém vem ao Pai senão por mim” [4]. Ele é o Caminho Estreito, e as pegadas que Ele deixou são tudo o que temos para seguir. É preciso desistir de qualquer sonho ou pensamento que dizem respeito aos nossos próprios caminhos, nos entregando a Ele para sempre. Você quer ser salvo? Quer seguir os passos de Cristo? Chame pelo Senhor Jesus; Ele espera isso da tua parte há muito tempo, e até hoje não tem movido o teu coração porque você não tem deixado. É preciso abandonar o pecado e deixá-lo logo à porta do caminho, para seguir nesta trilha. O que te interessa no caminho largo, que poderá compensar uma eternidade de perecimento? Aproveite enquanto ainda não é o fim da linha, enquanto ainda há tempo para voltar. Aproveite enquanto o Senhor Deus ainda te chama para o Seu caminho puro e cheio de paz.

[1] Mateus 7:13,14
[2] Provérbios 16:25
[3] Romanos 6:16
[4] João 14:6

“Deus me ajudou”

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Posted on 14:09 | By Matheus Emerich | In

Uma das coisas impressionantes da bíblia são as profecias que Cristo cumpriu. Peço que você, carinhosamente, analise esta a seguir: “Ofereci as costas aos que me feriam, e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam. Porque o Senhor Deus me ajudou, pelo que não me senti envergonhado; por isso, fiz o meu rosto como um seixo e sei que não serei envergonhado” [1]. Os judeus esperavam um Messias que viesse reinando, com muito poder e cheio de ostentação; mas, ao invés disso, o Messias veio em forma de servo humilde e ninguém acreditou nEle. Este texto, do livro de Isaías, é uma das muitas profecias que narram os Seus sofrimentos. No entanto, você reparou em uma das frases deste trecho? “Porque o Senhor Deus me ajudou.” Na situação pela qual passava o Senhor Jesus Cristo, nós iríamos considerar como ''ajuda'' qualquer socorro que nos livrasse daquela opressão. Na nossa avaliação natural, a ''ajuda'' teria de ser o livramento dos inimigos, a anestesia das dores ou algum tipo de redução dos sofrimentos. Mas não foi isso o que aconteceu: Jesus Cristo foi surrado até Seu último pedaço de carne, e humilhado até Seu último resquício de moral. Como então Ele diz que Deus o ajudou naqueles instantes? Que tipo de ajuda foi essa?

Antes de mais nada, é preciso relembrar que Jesus Cristo realmente queria pagar pelos nossos pecados. Antes dos Seus momentos de cruz, ele passou um tempo em oração, em um jardim chamado Getsêmani. Somente o evangelista Lucas deu-nos o relato de algo interessante ali: “E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” [2]. Lucas era médico, e descreveu a situação como um bom clínico. Segundo Dr. Barbet, um especialista francês que analisou os sofrimentos de Cristo, “o suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.” O Senhor Jesus estava extremamente angustiado, pois Ele previa que nossos pecados estavam prestes a moê-Lo na cruz. Ele estava exausto só de o momento estar se aproximando. Como pôde não desistir? Como pôde não recuar? Simplesmente porque ''Deus O ajudou''.

Capturado pelas autoridades judaicas e já nas mãos dos tiranos romanos, começava a hora da tortura. Diz-nos a bíblia que, entre outras atrocidades, o Senhor foi ''açoitado''. Em suas costas, abriram-se longos sulcos e vergões; a pele não resistia aos chicotes que foram utilizados – os instrumentos de flagelação eram geralmente tiras de couro atadas, nas pontas, a pequenas bolinhas de chumbo ou pedaços de ossos. Provavelmente, os joelhos não aguentaram e cederam: o Senhor tão bendito caía na poça do seu próprio sangue, que ia aumentando embaixo dEle. Perto do que iria sofrer, isto não era nada. Como pôde continuar a se entregar assim? Porque “Deus O ajudou.”

Fizeram dEle um espetáculo para se divertir. Os soldados romanos espancavam com violência, e as suas risadas matariam qualquer um de ódio – eles estavam se divertindo. Mas Cristo se sacrificou por eles também, pois também os amava. Na hora de retirar a sua túnica, esta já estava colada em sua pele ferida e ensanguentada. Dr Barbet diz-nos em sua análise: “Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez vocês tiraram uma atadura de gaze de uma grande chaga? Não sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas vezes precisa de anestesia? Podem agora vos dar conta do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Como aquela dor atroz não provoca uma síncope?” Cada minuto era uma nova dor que causava náuseas. Como Seus pés tão benditos, que machucavam no solo cheio de pedregulhos, ao carregar uma cruz pesada, sim, como estes pés não enfraqueceram? Como Ele pôde resistir e completar o percurso? Porque “Deus O ajudou.”

Nem preciso dizer dizer nada sobre os pregos nas mãos, ou os grandes espinhos no couro cabeludo. Será que conseguimos imaginar a dor aguda e estonteante de um nervo parcialmente rompido? Vou deixá-los, porém, com mais alguns trechos do artigo do médico francês: “A pobre cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do capacete [de espinhos] o impedia de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudíssimas. Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianótico. Jesus atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Que dores atrozes devem ter martelado o seu crânio! Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Ele ainda reuniu todas as forças e todo o vigor que ainda existiam no seu corpo, para invocar o perdão para aqueles que o crucificavam! Sete frases foram ditas na cruz, e a cada uma delas o mesmo sacrifício era necessário. Isso não era sobre-humano? Como Ele não pôde se ressentir? Como foi manso e calado até o fim, sem desistir da sua árdua missão? “Deus O ajudou.”

Não foi uma ajuda no sentido de livrá-Lo dos terrores daquele dia. Foi uma ajuda – impressionante! – para que Ele resistisse até o fim. Deus o fortificou, para que Ele convertesse cada grama de energia em puro sofrimento. Ele pagou o nosso preço com o seu sangue – sangue que vertia de todo o seu corpo. Isso não te comove? Será que Ele era apenas um louco, destruído até o fim por causa de sua insensatez, ou será que Ele sabia exatamente o que estava fazendo? Uma coisa é verdade: foi movido naqueles instantes pela ajuda do Pai e pelo amor por mim e por você. Será que Ele não é verdadeiro? Será que não tem razão ao intimar o nosso arrependimento e entrega?

[1] Isaías 50:6,7
[2] Lucas 22:44

Se quiser ver o artigo do Dr. Barbet na íntegra: http://www.irmaos.com/pdf/imprime.php?tarefa=imprime&nome=almanaque&id=779

O Que é arrepender-se? (2)

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Posted on 00:22 | By Matheus Emerich | In

Qualquer um que começar a ler a bíblia com atenção poderá reparar que houve, infelizmente, ao longo da história, uma distorção das mensagens que o Senhor Jesus pregava às multidões, por parte dos próprios religiosos. Para quem ainda não reparou, pode ser que, à primeira vista, essa distorção seja apenas sutil ou superficial; mas aprofundando-se na razão da existência do evangelho, você poderá ver que é uma distorção drástica e completa. Se as palavras ditas pelo Senhor aqui na Terra eram uma espécie de melodias lindas, aos ouvidos do Pai, o que se prega hoje pode ser comparado a uma canção desentoada e estridente! Já deve ter se formado, em tua mente, a imagem de um Jesus Cristo passivo, oferecendo às pessoas um “calmante açucarado” para as emoções de seus corações – um Jesus Cristo mais marcado pela frouxidão do que pela firmeza. Pelo imaginário popular, quase que não é possível pensá-Lo tratando alguma coisa com energia e pulso firme. Ah! Esta é uma visão tão enganada sobre o Senhor Jesus!

Ele nunca deixou de ofertar amor aos corações abatidos; isto é uma verdade. Mas também, paralelamente, Ele nunca poupou os seus ouvintes da realidade dura que precisavam ouvir. Certa vez, um jovem se aproximou dEle perguntando sobre a salvação. Diz-nos a Palavra que “Jesus, fitando-o, o amou” [1]. Logo a seguir, Cristo lhe disse palavras que o desanimaram de abraçar a fé. O jovem perdeu-se para sempre – foi condenado ao inferno, pois não creu! O intrigante, porém, é observarmos isto: o Senhor sabia que, ao expôr a verdade para o jovem, ele iria desistir, assinando assim o seu atestado de perdição. O Senhor o amava, mas nem por isso – veja bem! – o Senhor reduziu a dureza da verdade, ou amaciou-a para o jovem poder seguí-Lo. Cristo amava as multidões, mas não procurava corromper a mensagem, ou lapidá-la tirando as faces pontiagudas, para que ela se tornasse mais aceitável! Era justamente por amar as pessoas que Ele as alertava sobre a realidade da condenação, do juízo, do pecado, e também do amor, perdão e graça de Deus.

Ele não ocultava de ninguém a realidade do arrependimento. Este foi o principal tema da sua pregação. Atualmente, porém, você já ouviu alguém compartilhar esta mensagem com você? Já ouviu dizer que você deve arrepender-se? Tenho certeza que você já ouviu bastante coisas como “Jesus te ama”, “Venha para Jesus”, “Jesus dá alegria para o teu coração”. O que os religiosos não percebem, porém, é que o próprio Jesus Cristo detesta este tipo de mensagem! Aonde está o arrependimento que Ele tanto proclamou? É desagradável falar de arrependimento, porque nos remete à lembrança do pecado. Hoje, simplesmente se exclui esse elemento da pregação. Aposto que você mesmo já está enojado com essa mensagem açucarada que se prega por aí. Na verdade, não adianta nada falar “Jesus te ama”, sem dizer “mas Ele odeia teu pecado”. Não adianta falar “venha para Jesus”, sem dizer “abandone a você mesmo”. Jesus Cristo não é aquele psicólogo que você procura para curar uma tristeza, e depois sai do consultório, só voltando quando te for conveniente. Diferente do que a mensagem religiosa atual deixa transparecer, Ele não é uma pílula analgésica que você toma quando está “mal”. Ele não está aqui para te oferecer serviços temporários, ou te dar uma mera paz para você continuar a viver da mesma maneira que bem entender. Não, mil vezes não! Escute o que Ele tem a dizer-te de verdade!

Ele é o Deus em carne humana, que desceu ao mundo para alertar os homens da realidade de um juízo iminente, desafiando-os a abandonarem a sua iniquidade e voltarem-se para Ele. Ponto; papo terminado! Nada de “venha ser feliz com Jesus e continue sua vida como bem quiser.” Nada daquela figura de um cara ''legalzão'', que diz que está tudo certo com tudo e com todos. Ele veio para dizer-te o quanto você está longe dEle, por causa de teus delitos – e está desafiando-te a arrepender de teus pecados! Ah, isso as pessoas não querem escutar! É o que as religiões, preocupadas com o número de fiéis, não querem pregar! Vou deixar-te alguns versículos que irão expôr a verdadeira essência do evangelho de Jesus Cristo. Espero que Ele mesmo trabalhe no teu coração para que você creia. Meu amigo, isto é sério e verdadeiro!

Mateus 9:13 – Pois não vim chamar [aqueles que se acham] justos, e sim pecadores ao arrependimento.

Lucas 13:3 – Se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.

Atos 3:19 – Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério.

Atos 17:30 – Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam.

2 Pedro 3:9 – O Senhor é longânimo para convosco, não querendo que nenhum se pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.

Salmo 7:2 – Se o homem não se arrepender, Deus afiará a sua espada; já armou o arco, tem-no pronto; para ele já preparou instrumentos de morte, preparou suas setas inflamadas.

O Senhor sabia que a humanidade não iria gostar de suas palavras. Mas a amou, e amou até o fim; pereceu nas mãos de todos nós, para nos alertar do nosso mau estado. Ele não irá recusar o teu coração quebrado e arrependido. Ele te amou e se entregou esperando, justamente, que você fosse até Ele com tal íntimo compungido. Bem-aventurado será o coração que clamar: “Senhor... pequei contra Ti. Porém, sei que me amas e queres me perdoar; até mesmo morreste por isto. Perdoa-me! É o que eu te peço... perdoa-me!” Que seja mais que uma reflexão para você; que seja, acima de tudo, o quebrantamento que te traga esperança.

[1] Marcos 10:21