"Porque temos de morrer e somos como águas derramadas na terra, que já não se podem juntar." (2 Sm 14:14)

Quanto devo pagar? (2)

Posted on 15:34 | By Matheus Emerich | In

Atenção! Esse texto faz parte de uma série de postagens, que irão esclarecer para você aquilo que talvez seja o engano mais difundido na humanidade: o pensamento que Deus quer que você seja uma boa pessoa, para você merecer ir para o céu. É como se a salvação dependesse daquilo que você faz de bom aqui nesta vida. Isso é mentira! É isso mesmo: Deus não espera que, inicialmente, você se esforce para ser uma boa pessoa.

Existe uma verdade bíblica que é aterradora para qualquer um que a encontra pela primeira vez. Você também, ao lidar com ela durante estas postagens, talvez irá estranhar bastante. Não: não há nenhum erro de interpretação, nenhum versículo fora do contexto, nenhuma falha de sentido nas expressões. Os versículos significam realmente o que está no sentido mais literal, mesmo que você se espante e alegue que nunca ouviu falar disso em nenhuma religião. Bom, a nossa questão aqui é: o quanto você precisa ser bom para ir para o céu? Quantas coisas boas deve fazer? Não se espante com a resposta correta: essa hipótese de ser uma boa pessoa, ou fazer coisas boas, na verdade, nem mesmo existe!

A impossibilidade de ser bom

Ao contrário do que as religiões estimulam, pasme com este ensinamento bíblico: você nunca poderá ser uma “boa pessoa” ou fazer “coisas boas” que te levarão ao céu. Se você pudesse ser bom, você não precisaria de Cristo. Ele veio justamente porque somos maus, e não porque somos bons! Se houvesse algum recurso no homem, Cristo não precisaria pagar preço algum; bastariam os homens apresentarem a Deus os seus tais recursos. Mas Cristo veio e pagou o preço porque, definitivamente, não havia nada que o homem poderia fazer que fosse bom o suficiente para levá-lo ao céu. Caso contrário, não precisaríamos de um Salvador!

Pode ser que esta afirmação esteja te incomodando. “Como assim não posso ser uma boa pessoa? O que isso quer dizer?” Vamos recorrer a algumas passagens bíblicas para conferir este ponto.

Repare este famoso versículo de Isaías: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapos da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” [1]. Qualquer coisa que ofereçamos a Deus não irá resolver em nada a nossa questão. Nossas justiças são como trapos da imundícia. Naquele dia, não irá adiantar nada ter sido um bom filho ou um bom pai, ter ajudado os pobres ou feito doações, ter sido religioso e rezado muito – todas as nossas justiças, como uma trouxa só, são consideradas juntas uma grande massa de coisa imunda. Antes de serem geradas, já foram sujadas com os nossos pecados.

Somos como o imundo, diz o versículo anterior. Agora veja mais este: “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!” [2]. Unindo as informações que temos até aqui, concluímos que somos sujos e não se poderá tirar nada puro de nós mesmos – ninguém é capaz de realizar tal tarefa, diz o versículo. A ideia das boas obras para a salvação tropeça em cada lição que aprendemos com estes versículos. Poderemos fazer, em um único dia, mil coisas que serão plausíveis para os homens, nossos companheiros; mas para Deus, nenhuma delas, ou nem todas elas juntas, serão puras o suficiente para se obter algum favor. São obras sujas, porque vieram de fontes corrompidas!

Os versículos não param por aí. A realidade que você não pode ser uma pessoa pura, nem com a ajuda de uma religião, é uma verdade proclamada em alto e bom tom na bíblia. Não é um segredo que precisamos bisbilhotar muito para descobrir. “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” [3]. “Não há homem que não peque” [4]. Tudo isto começou quando ainda éramos feto: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu a minha mãe” [5]. Assim somos eu e você; isso é o máximo que conseguimos fazer. Naturalmente, estamos no fundo do poço, mergulhados no pecado. Nossas práticas, como se fossem uma lama, vão nos atolando para baixo; é inútil procurarmos algo essencialmente bom entre elas. Precisamos da salvação do Senhor Jesus Cristo – não de uma salvação que vem de nós mesmos, como a ideia das obras propõe. A noção de que devemos fazer algo para sermos salvos, ou que devemos nos esforçar em coisas boas para isso, trata-se de um engano muito sério.

Certa vez eu estava conversando sobre este ponto específico com uma colega. Ela não entendia isso de maneira nenhuma. Então lhe mostrei a seguinte passagem, que finalmente pôde esclarecer o assunto para ela: “Não há um justo, nem um sequer; não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nenhum sequer” [6]. Não existe um grupo especial de homens, não existe um conjunto seleto de pessoas que não se enquadram nestes versículos – todos nós estamos debaixo dessa descrição!

Com o que analisamos nesta postagem, espero que tenha ficado claro o ensinamento bíblico que nenhum homem – ''nem um sequer'' – pode ser realmente bom, nem há recursos para que façamos coisas boas. Não é que Deus não aceita as tuas obras boas, o caso é que elas nem existem mesmo! Se você espera ser uma boa pessoa para ser salvo, você já pode desistir, mediante esses versículos. Se houvesse alguém que escapasse a essa regra, este alguém não precisaria de Cristo, pois suas obras seriam suficientes para salvá-lo. Mas não há ninguém assim neste planeta. Precisamos nos render ao Senhor Jesus, precisamente por não podermos ser bons por nós mesmos.

[1] Isaías 64:6 [2] Jó 14:4
[3] Eclesiastes 7:20 [4] 1 Reis 8:46
[5] Salmo 51:5 [6] Romanos 3:10-12

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