"Porque temos de morrer e somos como águas derramadas na terra, que já não se podem juntar." (2 Sm 14:14)

Quanto vale uma alma?

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Posted on 15:18 | By Matheus Emerich | In

Quanto custa a sua alma? Será que você conseguiria juntar uma determinada quantidade de bens, virtudes ou valores que, juntos, fossem equivalentes ao preço dela? Há algo que você possa oferecer a Deus para “comprar” a sua segurança, ou impedir que sua alma vá morar no inferno daqui a alguns anos? Quanto ela vale, digo, quanto você tem que juntar para comprar a salvação dela?

Veja essa interessante declaração achada no livro dos Salmos: “Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate, para que continue a viver perpetuamente e não veja a cova (pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre)” [1]. O trecho diz que não há preço que se possa pagar para resgatar a alma de alguém – diz-se que a quantia é “caríssima”. E o trecho diz mais: se alguém ainda teimasse, e tentasse pagar algo por uma alma, “cessaria a tentativa para sempre”, ou seja: mesmo que este esforço fosse infinito, tal pessoa atravessaria a eternidade tentando, tentando e tentando, sem nada conseguir. Não há preço, esforço ou tentativa que esteja à altura do preço de uma alma.

Não é impressionante? Agora você tem a informação de que carrega dentro de si uma alma que nem você mesmo tem o direito sobre ela, uma vez que não pode pagar o seu preço. Sendo assim, ela nasce com um destino rigidamente traçado, e você é impotente para mudar isso por você mesmo, pois não tem recursos para comprá-la para si.

Outro versículo diz: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” [2]. Não há nada para fazer essa “troca”. A parte triste é que, para os homens, essa é uma tremenda má notícia. A bíblia diz que o destino selado de todas as pessoas é o inferno, porque não há quem esteja sem pecado – sim! Sem dúvida, uma realidade muito sombria, que parece ainda um pouco pior quando somos lembrados do assunto dessa postagem: não há preço suficiente que podemos oferecer a Deus para comprar a nossa alma e escapar disso.

É aqui que entra o trabalho precioso do Senhor Jesus. O preço é incalculável para nós, mas Ele já calculou e pagou. Não podemos comprar as nossas almas ou pagar algo por elas, mas Ele pagou com o Seu sangue e as comprou para sempre. Para quem quiser crer, a boa notícia é que não há nada mais a pagar. Como Ele mesmo disse na cruz, “está consumado” - está pronto, acabou. É isso que você precisa entender! Geralmente, as pessoas religiosas vivem a pensar numa maneira de pagar cada vez mais por suas almas. Tudo isso é vão, até que se entenda que Deus não espera que você invista mais na sua salvação, pois será inútil. Ele não espera um esforço ainda maior de sua parte, e sim simplesmente um descanso e confiança naquilo que já foi feito por Cristo.

[1] Salmos 49:7,9,8
[2] Mateus 16:26

“Eu estou aqui”

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Posted on 12:55 | By Matheus Emerich | In

Ao lermos o evangelho de João, muitas vezes nós iremos encontrar o Senhor Jesus dizendo: “o Pai me enviou.” Disso nós entendemos que Ele estava aqui na Terra cumprindo a missão que o Pai tinha Lhe dado – este é um pensamento correto. Mas pode ser também que tenhamos uma ideia incompleta sobre isso. Pode ser que imaginemos o Pai o enviando, e Ele obediente vindo para cá sem que nada estivesse acontecendo em Seu coração. Ou então pode ser que pensemos no Pai o enviando, e Ele cumprindo o seu papel simplesmente por submissão, como um filho obedece o pai, um soldado obedece o general ou um funcionário obedece o seu patrão. Qual era a relação dEle com essa missão que Ele recebeu? Ele a cumpriu com a frieza com que se cumpre um acordo, ou com o pragmatismo com que se obedece uma ordem? Será que não houve nada além disso?

Semana passada eu me surpreendi com um salmo, porque nunca tinha parado para pensar nisso. É claro que se você me fizesse as perguntas acima, eu iria responder que Ele veio também por amor e compaixão, obviamente; mas a verdade é que eu nunca havia sido despertado para isso através de um trecho tão literal na Palavra de Deus. O salmo era este: “Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelos pecados não requeres. Então, eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração está a tua lei” [1].

Os versículos começam falando que Deus não estava pedindo mais “sacrifícios e holocaustos”. Nos tempos passados, no Antigo Testamento, Ele havia estabelecido uma Lei, e quem a transgredisse deveria oferecer um sacrifício para remover o seu pecado. Mas o homem havia fracassado completamente quanto a isso. Além de ficar comprovado que este não conseguia parar de quebrar as leis de Deus, também era a sua tendência oferecer sacrifícios sem nenhum exercício de coração. Deus chega a dizer: “De que me serve a mim a multidão dos vossos sacrifícios? Estou farto dos holocaustos e não me agrado do sangue de novilhos. Não continueis a trazer ofertas vãs” [2]. Aquilo não funcionava mais; o homem estragou tudo. Agora, restava apenas que o homem ficasse para sempre separado de Deus. O destino era que seu pecado fosse jamais removido. Ou não!

Fico imaginando o contexto no qual as palavras desse salmo foram proferidas. Ficou evidente, no céu, que Deus não tinha mais nenhum prazer naquelas ofertas. Então, um Cavalheiro cheio de majestade, com o rosto mais brilhante que o sol, ordena que os louvores a Si mesmo cessem por um instante. Então, desce os degraus do seu trono de ouro puro e se apresenta diante de Deus, dizendo: “Eis aqui estou, agrada-me fazer a tua vontade.” Fico pensando na possível surpresa dos anjos e de todos os seres viventes que habitam ali: “É isso mesmo que vejo? Ele está se oferecendo? Mas Ele é o Ser mais sublime que jamais existiu!” Se a vontade de Deus era um sacrifício perfeito, Ele não hesitou: “Agrada-me fazer a tua vontade.” Se os homens quebraram as leis, ele podia dizer: "Dentro do meu coração está a tua lei." Que oferta mais excelente! "Estou aqui, envia-me."

O plano foi consumado: Ele veio e fez o sacrifício de Si mesmo. Mas que nunca esqueçamos a lição: Ele não veio mecanicamente ou por puro dever. Ele veio com gosto – Ele se apresentou, calculou o resgate de muitos e ficou satisfeito em se dispor voluntariamente. Que os cristãos agradeçam e transbordem de alegria, pois o Senhor deles os amou e deu a Si mesmo com toda a boa vontade. Quanto aos que ainda não creram, que também se rendam diante dAquele que ofertou a própria alma para remover os nossos pecados!

[1] Salmos 40:6-8
[2] Isaías 1:11,13

Pobreza de Espírito

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Posted on 16:38 | By Matheus Emerich | In

“Pobreza de espírito” é uma expressão que a gente usa, na nossa linguagem, para falar de uma pessoa com atitudes inadequadas ou vergonhosas. “Fulano é tão pobre de espírito!” – a gente logo diz sobre alguém que não tem bom comportamento ou tem ideias meio tortas. Mas a bíblia contradiz quase todos as concepções que acumulamos ao longo das nossas vidas. Biblicamente, ser ''pobre de espírito'' significa não somente uma coisa boa, mas também representa algo indispensável se você quiser receber a salvação. Se você quer ser salvo, invariavelmente, precisa ser transformado num pobre de espírito.

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” [1]. Que tal essa nova informação? Todos aqueles que ''ganharão o reino dos céus'', ou seja, habitarão lá no futuro, são pessoas pobres de espírito. Elas sabem que não têm sentido nenhum se orgulharem de nada; pelo contrário: a auto-exaltação para elas é uma coisa vergonhosa. Elas sabem que, por detrás de toda a glória que as pessoas dão umas às outras, existem apenas corações quebrados e fracos. Elas reconhecem isso – se arrependeram de seus pecados, não procuraram escondê-los. Confessaram a Deus que são pobres e inúteis; não ficaram tentando ostentar diante dEle alguma “boa obra”. Por reconhecerem a sua impotência para atingir o céu, são pobres de espírito. 

Você sabe quem escutará as boas notícias de salvação? “O Senhor me ungiu para pregar as boas novas aos quebrantados, enviou-me para curar os quebrantados de coração” [2]. Estes são aqueles que tiveram o amor-próprio esmigalhado pelas mãos de Deus. São aqueles que não têm coragem de orgulhar-se e não ousam valorizarem a si próprios. Conhecem a real condição do homem, e por saberem que são pobres, se apegam a Jesus Cristo com todas as suas forças.

“Mas o homem para quem olharei é este; o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra” [3]. Quando imaginamos alguém “abatido de espírito”, logo pensamos numa pessoa triste e que vive a lamentar-se. Mas essa não é a ideia biblicamente completa sobre pobreza de espírito. Os pobres de espírito, no nosso assunto, são aqueles que se entristecem por não possuírem recursos espirituais, mas muito se alegram por descobrirem em Deus as suas forças. São aqueles que se lamentam por seus pecados, mas que são excepcionalmente consolados por saberem que eles foram perdoados por Cristo. São pessoas fracas, pobres, miseráveis e sem recursos em si mesmas, mas que suspiram com sorrisos cheios de esperança. Pobres de espírito, mas ricos em Deus. Pobres para o mundo, mas ricos no céu.

[1] Mateus 5:3
[2] Isaías 61:1
[3] Isaías 66:2

O fim dos recursos

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Posted on 09:42 | By Matheus Emerich | In

Certamente, você já ouviu alguma vez a narrativa do “filho pródigo”. Talvez tenha até ouvido este título e não sabia que era uma história da bíblia. Ela está descrita em Lucas 15, nos ensinando verdades preciosas. Resumidamente, a história é assim: certo rapaz pediu para seu pai a parte que lhe cabia da herança. Pegando toda a grana, saiu de casa, foi para uma terra distante e gastou tudo só com farra. Viveu lá da maneira que quis, até que um dia os bens acabaram. Justo quando estava pobre, veio àquela terra uma grande fome. O rapaz então conseguiu um emprego de cuidador de porcos, e ali a fome persistia de maneira que ele desejava comer a comida daqueles animais, mas ninguém lhe dava nada. Então ele caiu em si, lembrando-se que na casa do seu pai até mesmo os mais humildes trabalhadores tinham alimento em abundância. Arrependido, levantou-se e voltou para a casa do pai, decidido em pedir-lhe perdão. Chegando lá, o pai o recebe com alegria, lhe dá um beijo e faz uma festa pelo seu retorno. Podemos entender o sentido desta parábola a começar pelo contexto dela. O Senhor Jesus a ensinou para mostrar aos religiosos orgulhosos da época que Deus não rejeitará o coração humilde e arrependido. Sim, essa história era uma mensagem sobre salvação.

Bem, a questão que eu gostaria de levantar é a seguinte: e se aquela grande fome tivesse vindo antes dos bens do rapaz terem se esgotado? Se ela chegasse quando ele ainda tivesse dinheiro, será que ele voltaria para a casa do pai? Certamente que não, pois foi sua própria miséria que o levou a pensar tudo com cuidado e voltar arrependido. Se as dificuldades tivessem vindo numa hora em que ele ainda tivesse recursos, ele continuaria ali nas suas festas e não voltaria atrás. O que fez ele cair em si foi ver suas mãos vazias.

Assim também acontece com pecador. Enquanto há uma escapatória que não seja voltar para a casa do Pai, ele decide por essa outra saída. Ele tem uma grande fome por Deus e Seu perdão, mas, enquanto ainda há uma esperança por aqui mesmo, ele não volta. O orgulho do pecador é tão grande que até mesmo um emprego para cuidar de porcos se torna mais atraente do que pedir perdão ao Pai. Só mesmo quando o pecador cai em si, reconhece sua total miséria e sujeira, é que ele irá decidir buscar o socorro de Deus. Enquanto ainda há, aos seus olhos, alguma esperança em si mesmo, ele não irá confiar nos recursos do Pai. É por isso que o título dessa postagem se chama “o fim dos recursos.” O pecador precisa chegar ao fim de si mesmo, chegar ao fim dos seus próprios recursos, para que ele olhe para Deus.

Mas o que eu quero dizer com “chegar ao fim de si mesmo”? Essa foi a expressão mais literal que eu pude achar. Imagine alguém que realmente esteja tentando ir para o céu ou buscar o sentido da vida em Deus. Imagine que esta pessoa está se esforçando o máximo que pode. Está lutando contra as suas práticas erradas e pelejando consigo mesma para adotar boas maneiras. Ou, ainda, pense numa pessoa que está confiante em alguma coisa boa que faz, para futuramente chegar para Deus e dizer: “olha que lindo isso que eu fiz; agora deixe-me entrar no céu.” Bom, podemos dizer que as pessoas que mantém essas atitudes não chegaram ainda ao fim de si mesmas. Perceba que toda a esperança dessas pessoas é depositada em si mesmas – elas ainda não se viram sem recursos. Elas ainda pensam em oferecer algo, ainda pensam que possuem ou podem obter bens suficientes. Somente quando perceberem que não possuem recursos para entrar no céu é que irão confiar naquilo que Cristo fez por elas.

Para finalizar, não podia deixar de notar um detalhe excelente da história: a narrativa diz que o filho vinha na estrada, quando o pai o avistou, correu até ele, o abraçou e o beijou. Que interessante! Foi o pai que viu o filho primeiro, antes que este visse o pai! Foi o pai que correu até o filho, antes que este corresse até o pai! Certamente, durante todo aquele tempo em que o filho ficou fora, o pai chegava à janela várias vezes ao dia para ver se avistava o filho, em seu retorno, despontando no horizonte. Ele estava ansioso pela volta do filho. Ele não o desprezou quando este veio arrependido. Assim também Deus espera ansioso pelo pecador. Se você ainda não é salvo, Deus espera que você se chegue a Ele há muito tempo. E quando você decidir buscá-Lo, Ele virá ao teu socorro para te ajudar na caminhada até Ele mesmo. O que tem impedido você de dirigir-se a Ele arrependido? Será que ainda calcula que tem recursos suficientes para permanecer aí mesmo onde está?

Cristo é mesmo necessário?

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Posted on 20:27 | By Matheus Emerich | In

Jesus cristo é realmente necessário? Você precisa mesmo dEle para entrar no céu? Todas as pessoas que hoje estão morando com Deus passaram de verdade por Ele? Certa vez, quando respondia essas questões positivamente, um amigo me disse: “Olha, eu concordo com tudo o que você está falando sobre Deus e essas outras coisas. Só não concordo com uma coisa: quando você fala que Jesus Cristo é cem por cento necessário. O que Ele falou é válido, sem dúvida; acho que Ele é um caminho, mas devem existir outros. Eu tenho o meu próprio jeito de chegar a Deus! Posso viver buscando o bem e exercitando a fé, sem precisar exclusivamente de Jesus Cristo.” Será que a opinião deste amigo resiste à luz da bíblia? Deixe-me mostrar para você o que ela diz neste sentido.

1) Cristo era o próprio Deus. Isso é muito mais do que “Ele é o caminho para chegar a Deus.” É simplesmente impossível você ter qualquer contato com Deus, a não ser através de Cristo – para começar, Ele diz: “Eu e o Pai somos um” [1]. Não tem como separar as experiências com Cristo e as experiências com o Deus propriamente dito, pois são a mesma Pessoa. “Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou” [2]. Se você desacredita no Senhor Jesus, na verdade desacredita naquilo que você conhece como Deus: o Ser Criador e Supremo.

2) Cristo falou exatamente as palavras de Deus.“Deus, o Pai, o confirmou [Jesus Cristo] com o seu selo” [3]. Tudo o que Cristo fez na Terra fez na autoridade dada pelo próprio Deus. Ele tinha o selo da aprovação de Deus. Ele repete outra vez: “O meu ensino não é meu, e sim daquele que me enviou” [4]. Ele não estava aqui entre os homens apenas ensinando um bom caminho para se seguir; Ele era o próprio mensageiro autorizado e enviado por Deus. Negar Cristo, automaticamente, implica em negar o próprio Deus.

3) Cristo leva o pecador até Deus. Ele diz: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” [6]. Você nem precisa pensar que é diferente de alguma maneira; certamente, a palavra ninguém te inclui nesta condição. Não há nem um milionário, ou um gênio, ou um religioso, ou um pervertido, que não estão incluídos na expressão ninguém. Todos vão ao céu exclusivamente através de Cristo – e não através de Seus mandamentos ou doutrinas, mas através de Sua morte. Cristo é necessário, sim, mas não como um “Professor” que te ensina boas maneiras, e sim como um Substituto que pagou a culpa dos teus pecados. Enquanto você ainda não foi perdoado e salvo por Deus, é inútil você vê-Lo atrás de uma lousa dando aulas de religião. O teu primeiro contato com Ele será ali aos pés da cruz. Sim, a mediação de Jesus Cristo para se chegar a Deus é absolutamente indispensável, mas ela não se dá com o pecador entrando na escola de Deus e sendo educado por Cristo como um aluno de religião – isso não existe. Inicialmente, você não precisa de uma outra visão de Cristo, a não ser aquela ali suja de sangue e com mãos furadas.

[1] João 10:30 [2] João 5:23
[3] João 6:27 [4] João 7:16
[5] João 4:34 [6] João 14:6

Quanto devo pagar? (8)

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Posted on 11:59 | By Matheus Emerich | In

Atenção! Esse texto faz parte de uma série de postagens, que irão esclarecer para você aquilo que talvez seja o engano mais difundido na humanidade: o pensamento que Deus quer que você seja uma boa pessoa, para você merecer ir para o céu. É como se a salvação dependesse daquilo que você faz de bom aqui nesta vida. Isso é mentira! É isso mesmo: Deus não espera que, inicialmente, você se esforce para ser uma boa pessoa.

Gostaria de concluir este assunto com essa postagem bastante espontânea. Nas outras postagens, eu segui mais ou menos uma linha de raciocínio, na qual um texto puxava o assunto do outro. Mas agora não; poderia dizer que o assunto está biblicamente concluído, mas gostaria de dizer ainda mais uma palavra. Nada programado, nada estruturado – apenas para que você não vá embora sem pensar novamente no assunto.

Uma palavra final

Eu não sei se você leu todas as postagens; não sei também se entendeu o que eu quis dizer em todas elas. Talvez não seja mesmo tão fácil assim de entender; talvez o coração humano esteja tão ligado num sentimento de que deve “fazer” ou “esforçar-se”, que esteja realmente cego para qualquer outra sugestão que se desvie disso. Já vi muitas vezes este assunto ser bem explicado para muitas pessoas, e depois de poucos minutos, lá estavam elas outra vez retornando com as velhas colocações, mostrando que não haviam compreendido nada. É contra o que estamos habituados a acreditar!

O que tentei explicar aqui, à luz da bíblia, foi basicamente isso: que você é uma pessoa, como todas as outras, que está tão perdida, mas tão perdida, tão sem Deus, mas tão sem Deus, que não há nada que você faça que possa melhorar este quadro. O pior de tudo é que é um quadro que leva ao inferno. Mas, por outro lado, Deus é tão bondoso, mas tão bondoso, tão amoroso, mas tão amoroso, que providenciou um meio de salvação gratuito, uma vez que eu e você não temos nada para pagar.

E, se a bíblia deixa claro que a salvação é de graça, significa que ela não virá por coisas que eu e você fazemos. Esqueça o pensamento que, para ser salva, você precisa ser uma pessoa boa, ajudar os outros, ter bom coração ou esforçar-se para ser alguém justo – não: este não é o caminho, definitivamente. O Senhor Jesus Cristo morreu por você justamente porquê você não dá conta de cumprir todas essas coisas. Somos tão altamente egoístas, que em quaisquer situações que entrarmos iremos logo calcular uma maneira de levarmos vantagem – estou mentindo? Até mesmo quando você pensa fazer o bem, pensa nisso para se auto-promover. Veja bem: porque você creria nas boas obras para ser salvo? Você estaria realmente fazendo o bem voluntariamente, não conseguindo se conter de tanta liberalidade, ou é somente um exercício para ganhar o favor de Deus? Não é algo tão egoísta? Mesmo teoricamente ''fazendo o bem'', não seria nada mais do que uma pura demonstração de amor-próprio. O egocentrismo já criou raízes tão profundas em nossos corações! Não conseguimos fazer nada que seja puramente bom – aceite este testemunho bíblico! "Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus" [1]. Não conseguimos nem pensar o que é certo; quanto mais fazermos coisas boas! Na verdade, precisamos exclusivamente da suficiência de Deus.

Porquê a bíblia falaria em perdão? Se precisamos de perdão, é porque somos culpados. Porque a bíblia falaria de um favor imerecido? Se precisamos de graça, é porque somos indignos. Veja bem, entenda a real posição do pecador: não é alguém que está em condições de exibir boas obras de alguma maneira; é alguém que precisa de um socorro urgente – precisa de perdão, alívio, cura, restauração, regeneração, vida – este é você. Não alguém que dá conta de ser bom – não, mil vezes não! É neste ponto que o Senhor Jesus vem em socorro do homem; é aqui que Deus mostra o Seu afeto por todos nós. Cristo pagou este preço, sofreu cada fração da angústia que era minha e tua. Quando seguimos o curso da vida distraídos, este acontecimento não tem valor nenhum para nós, e somos completamente indiferentes com relação a isso. Mas quando estamos entristecidos por percebemos que pecamos contra Deus, e quando nos damos conta que somos impotentes para resolver isso, quando nestes sentimentos nós ouvimos falar que Alguém pagou a culpa que era nossa, não é possível permanecermos indiferentes.

Pense em cada pessoa que está no céu hoje. Pense em cada pessoa que no futuro irá escapar das chamas. “Por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida” [1]. Essas pessoas estão ali no céu não pela obediência de todas elas individualmente; mas “por meio da obediência de um só”: Jesus Cristo. Não porque foram pessoas justas, mas “por um só ato de justiça”: a morte de Jesus Cristo. Não depende de nossos esforços; depende da nossa fé.

Quando compreendemos estas coisas, vemos que todas aquelas boas obras que praticamos, acreditando que estamos contando pontinhos no céu, na verdade não estão sendo somente inúteis, como também estão nos impedindo e atrapalhando de recebermos a salvação. Enquanto você confiar, nem que seja um por cento, em você mesmo, você não está confiando em Cristo – você está desconfiando dEle! Você está julgando que Ele não é capaz de te salvar, e que portanto não merece a sua fé e confiança! Enquanto permanecer alguma fração de pensamento de auto-suficiência, você está excluindo a si mesmo do Reino dos Céus, por negar a suficiência do trabalho de Cristo. Peça a Deus para que Ele quebre a confiança vil que você tem em você mesmo! Assim, a resposta para o título destas postagens, Quanto devo pagar?, na verdade é “nada”. O Senhor Jesus Cristo pagou por você. Apenas creia e se arrependa, com a sinceridade de uma criança, para receber a salvação das mãos bondosas de Deus.

[1] 2 Coríntios 3:5
[2] Romanos 5:19,18